O dólar teve novo dia de queda e já acumula perda de 4,42% no mês. Nesta quarta-feira, 25, a moeda recuou mais 1,05% no mercado à vista, encerrando em R$ 3,7045, o menor valor desde 25 de maio, quando estava em R$ 3,66. A moeda hoje foi influenciada principalmente pelo encontro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, sobre tarifas na Casa Branca. Os dois líderes concordaram em zerar tarifas e reduzir barreiras comerciais. Além do cenário externo, os agentes seguiram monitorando as eleições e aguardam a escolha do vice da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) e o anúncio oficial do apoio dos partidos do Centrão ao tucano, previsto para hoje 26.
O real teve nesta quarta-feira um dos melhores desempenhos ante o dólar considerando as principais moedas mundiais. O dólar chegou a bater em R$ 3,69 na mínima do dia, mas apesar da queda teve dificuldade de se manter abaixo dos R$ 3,70 de forma prolongada ao longo da sessão de hoje. Mesmo assim, em apenas uma semana, a divisa já caiu 14 centavos.
Especialistas em câmbio ressaltam que, além do cenário externo mais favorável, a melhora do quadro político desde a última quinta-feira, 19, com Alckmin conseguindo o apoio dos partidos do Centrão, ajudou a moeda brasileira a ter melhor desempenho ante o dólar que seus pares, como a lira turca e o peso mexicano. Relatório do Itaú Unibanco divulgado hoje aponta que candidatos com mais de 40% do tempo de TV e rádio na campanha eleitoral gratuita conseguem aumentar os porcentuais de intenção de voto entre 6 e 11 pontos porcentuais entre o início da propaganda e as eleições.
Na avaliação do diretor da corretora Mirae, Pablo Spyer, o mercado externo se animou hoje pela reunião entre Trump e Juncker, ajudando enfraquecer o dólar ante várias moedas pelo mundo, enquanto o investidor doméstico seguiu monitorando os possíveis desdobramentos das alianças políticas. “A volatilidade é o nome do jogo até as eleições”, disse ele, ressaltando que a queda vista nos últimos dias pode não ser duradoura.
Por conta da aliança de Alckmin com o Centrão, os estrategistas do grupo financeiro japonês Nomura ficaram mais otimistas com o real e veem a moeda norte-americana oscilando entre R$ 3,60 e R$ 3,67 nos próximos 30 dias. “O mercado continua a digerir as prováveis notícias positivas vindas da aliança de centro, favorecendo o candidato amigável ao mercado Geraldo Alckmin”, destaca relatório assinado pelos estrategistas da Nomura em Nova York, Mario Castro e David Wagner.
Istoé