quinta-feira, 07/11/2024
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Doença de Chagas

A doença de Chagas é causada por um parasita denominado Trypanosoma Cruzi e é transmitida principalmente por um inseto conhecido como barbeiro. Foi descrita pela primeira vez em 1909 por Carlos Chagas, médico brasileiro.

– A forma mais comum de transmissão da doença ocorre quando a pessoa coça o local da picada do barbeiro. Isso porque quando o inseto suga o sangue, que é necessário para a sua nutrição, ele evacua; as fezes infectadas pelo Trypanosoma penetram pelo ferimento gerando o problema – explica o médico infectologista Paulo Olzon Monteiro da Silva, chefe da disciplina de Clínica Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

De acordo com o especialista, a doença também pode ser transmitida por transfusão de sangue, caso o doador seja portador da doença, da mãe para o filho durante a gestação, manipulação de caça (ingestão de carne contaminada) e acidentalmente em laboratórios.

Sintomas

Na fase aguda, o paciente tem febre, mal-estar, falta de apetite, edemas (inchaço) localizados na pálpebra ou em outras partes do corpo, infartamento de gânglios, aumento do baço e do fígado e distúrbios cardíacos. Em crianças, o quadro pode se agravar e levar à morte. Freqüentemente, nesta fase, não há qualquer manifestação clínica da doença, podendo passar despercebida.

Na fase crônica, muitos pacientes podem passar um longo período, ou mesmo toda a vida, sem apresentar nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores do Trypanosoma Cruzi. Em outros casos, a doença prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer muitos setores do organismo, salientando-se o coração e o aparelho digestivo.

– No coração, o parasita provoca lesões nos músculos e no sistema de condução – por onde são transmitidos os impulsos para controlar o órgão. A pessoa é acometida de miocardiopatia chagásica. Sendo assim, ela pode ter arritmia cardíaca, seguida de morte súbita, ou insuficiência cardíaca, com o coração aumentado, inchado e batendo com menos força. Esse quadro vai evoluindo, mesmo tratado, e quem tem a miocardiopatia chagásica avançada tem de fazer um transplante de coração – destaca o infectologista Paulo Olzon.

Diagnóstico

O diagnóstico compreende o exame clínico e laboratorial (pesquisa do parasita no sangue) na fase aguda, e exame clínico, sorológico, eletrocardiograma e raio X, na fase crônica. Nos dois casos deve-se levar em consideração a investigação epidemiológica.

Tratamento

– A doença de Chagas não tem cura. Porém, alguns tratamentos surtem efeito na fase aguda do problema. Seria o melhor período para tratar. No paciente crônico, os tecidos que já foram lesados não podem ser recuperados. A doença é progressiva, mas pode se estabilizar em algumas pessoas – explica Paulo Olzon.

A prevenção é o melhor caminho

A doença de Chagas pode ser prevenida combatendo a proliferação do barbeiro nas moradias e em seus arredores.

O barbeiro tem hábitos noturnos; vive em locais muito próximos à fonte de alimento e pode ser encontrado na mata, escondido em ninhos de pássaros, tocas de animais, cascas de tronco de árvores, montes de lenha e embaixo de pedras. Nas casas, esconde-se nas frestas, buracos das paredes, nas camas, colchões e baús, além de ser encontrado em galinheiro, chiqueiro, paiol, curral e depósitos.

Existem algumas medidas que podem ser tomadas pela população para evitar a presença do inseto:

melhorar a habitação, através de reboco e fechamento de rachaduras e frestas;
usar telas de proteção em portas e janelas;
impedir a permanência de animais – cão, gato, macaco e outros – no interior da casa;
evitar montes de lenha, telhas ou outros entulhos no interior e arredores da casa;
construir galinheiro, paiol, tulha, chiqueiro e depósitos afastados das casas e mantê-los limpos;
retirar ninhos de pássaros dos beirais das casas;
manter limpeza periódica nas casas e em seus arredores;
difundir junto aos amigos, parentes e vizinhos os conhecimentos básicos sobre a doença e as medidas preventivas;
encaminhar os insetos suspeitos de serem barbeiros para o serviço de saúde mais próximo.
Fonte: www.sucen.sp.gov.br

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Parmenas Alt
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