Rasqueado, Cururu e Siriri. Estas são as danças consideradas raízes da cultura mato-grossense, expressas no documentário ‘Tauá – um rasqueado lá daquela gente boa’, que será lançado nesta sexta-feira (25/09). O trabalho, inspirado na música ‘Suja de Tauá’, aborda a cultura dos ribeirinhos de Cuiabá, com destaque para a comunidade São Gonçalo Beira Rio, suas belezas, seu povo e sua alma. A primeira projeção ocorrerá às 20h, no Centro Cultural Antônio Lopes, localizado na região.
Os mato-grossenses Ronaldo Muniz, Daniel de Paula e Agnaldo Borges (falecido) são os autores do rasqueado que embala o documentário de 13 minutos. Dirigido por Diogo Diógenes e Brás Rubson, o filme tem como personagens centrais Domingas da Silva (do grupo Flor Ribeirinha), Seu Dito (pescador, filho do seu Candi), seu Bagi (cururueiro) e dona Alice (ceramista) que ao comentarem a música mergulham na própria história de suas vidas e seu lugar com grande afeto e entusiasmo.
Conforme Diógenes, a intenção ao produzir o documentário era fazer algo inédito, usando os ícones da cultura local. “Tinha fascínio pela música e queria fazer algo com ela. Foi então que pensamos em mesclar a música com as histórias dos ribeirinhos, que contam sua própria história e o desafio de manter a continuidade da cultura, já que as novas gerações não têm tanto interesse pelas danças tradicionais. O lançamento será simbólico, nesta sexta-feira, pois pela primeira vez a comunidade poderá assistir o que foi feito na terra deles”, explica o diretor, que destaca o apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi-MT) como fundamental para o evento de lançamento do filme.
Tauá, explica Rubson, é um barro usado para pintar as peças de cerâmicas produzidas pelo artesanato local. “No filme e na música é o tauá que dá o colorido à história dessa gente boa e seu orgulho de ser fonte da cultura cuiabana. O São Gonçalo Beira Rio é a essência da cultura mato-grossense, por isso não há como falar das expressões culturais de Mato Grosso sem falar de São Gonçalo. Neste sentido, os relatos giram entorno do Seu Candi (curureiro), que é a maior expressão cultural da região e um dos fundadores do Grupo Flor Ribeirinha. Entre nossos personagens está Dona Domingas, que é sobrinha de Candi”, argumenta.
Superintendente do Serviço Social da Indústria (Sesi-MT), José Carlos Dorte destaca a importância de investir em cultura e, principalmente, na sua preservação. “A cultura mato-grossense é riquíssima e precisa ser mantida. O São Gonçalo Beira Rio é uma região de grande representatividade desta nossa particularidade, que é o Rasqueado, o Cururu e o Siriri. Por isso, prontamente o Sesi deu o apoio necessário para a produção deste documentário tão valioso”, frisa Dorte.
Após o lançamento, o documentário será apresentado somente mais uma vez em Cuiabá, no próximo dia 1º de outubro, no Sesc Arsenal. Após isso, o curta-metragem concorrerá em 20 festivais internacionais. “Queremos levar Mato Grosso e sua cultura para o mundo todo”, revela Diógenes.
O roteiro do filme é assinado por Brás Rubson, a fotografia é de Caio Pimenta, Diogo Diógenes e Igor Oliveira, a produção é de Priscilla Del LLano e as imagens de drone de Edson Jabur e Felipe Albues. O trailer pode ser visto aqui.
