Em Assembleia Geral Extraordinária, realizada nessa terça-feira, 06/08, na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Seção Sindical do ANDES-SN (Adufmat-Ssind), os professores da UFMT decidiram aderir à “Greve Nacional em Defesa da Educação, da Democracia e contra a Reforma da Previdência”, convocada para a próxima terça-feira, 13/08.
Dessa forma, a categoria segue em luta, contribuindo com a mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade em geral para defender o direito de todos ao ensino público, gratuito e de qualidade.
Para organizar melhor o ato, o sindicato convocará a categoria para uma reunião já na quinta-feira, 08/08, às 17h30, a fim de definir atividades que serão realizadas até o dia da Greve Nacional – 13/08. A ideia inicial inclui passar nas salas de aula e distribuir material gráfico, como panfletos e adesivos.
Para o dia 13/08, além da paralisação de todas as atividades, os docentes aprovaram a realização de uma oficina de cartazes na praça em frente ao Restaurante Universitário, a partir das 11h30. De lá, os manifestantes sairão em carreata até a Praça Alencastro, onde será o ato unificado da Greve Nacional em Defesa da Educação, da Democracia e contra a Reforma da Previdência, marcado para as 14h. O sindicato disponibilizará ônibus aos interessados em participar.
Durante a análise de conjuntura, os docentes refletiram sobre os motivos que levaram parte da sociedade a acreditar que direitos conquistados pelos trabalhadores, a partir de lutas históricas, apareçam, agora, como suposto privilégio, e lamentaram que, pela primeira vez na história do país, pessoas tenham tido a disposição de ir às ruas atacar a Educação – como ocorreu dia 26/05. Embora as manifestações tenham sido fracas, os docentes consideraram que condenar o direito à Educação é, por si só, um movimento expressivo.
Outro ponto de destaque da assembleia foi o debate sobre democracia, autonomia e universidade – tanto interna quanto externamente. Nesse sentido, os presentes ressaltaram que é preciso retomar e divulgar o Caderno 2 do ANDES – Sindicato Nacional (leia aqui), no qual a entidade apresenta sua Proposta para a Universidade Brasileira: pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada.
Além disso, os professores demonstraram a leitura de que, com a imposição do Future-se, em breve os docentes também enfrentarão problemas como os que atingem os trabalhadores terceirizados da universidade: atrasos salariais, remunerações extremamente baixas e condições ainda mais precarizadas. Vale ressaltar que a proposta apresentada pelo Ministério da Educação prevê a contratação de professores via Organização Social (OS), e não mais concursos públicos.
Após a análise de conjuntura, os docentes encaminharam, ainda, uma série de atividades com o objetivo de qualificar o debate interno para o dia 13/08. Alguns deles são: definir uma pauta interna para unificar toda a comunidade acadêmica; formar um núcleo da CSP-Conlutas para fortalecer a central à qual a Adufmat-Ssind está inscrita; denunciar nas mobilizações de rua o que está acontecendo também em outras áreas, como saúde, meio ambiente, entre outros; colocar novas faixas no entorno da universidade abordando temas como liberdade de cátedra, autonomia e democracia; restabelecer os quadros de aviso do sindicato em frente às salas de professores nos institutos e departamentos; repensar investimentos para inserção de materiais na imprensa convencional; ministrar aulas públicas sobre a origem da UFMT; realizar mutirões para adesivagem nos carros e entrega de outros materiais (já há uma convocação para essa atividade nos dias 08 e 12/08); participar do encontro no Sinasefe para construir uma Frente Mato-grossense em Defesa do Ensino Público e Gratuito no dia 07/08; divulgar com carro de som o dia 13/08, dentro e fora da universidade; contratar estagiários da área de Comunicação para elaboração de todos os materiais relacionados à essa mobilização; imprimir e distribuir o Caderno 2 do ANDES-SN; iniciar o processo de diálogo com estudantes dos cursinhos e colégios; e construir, junto aos estudantes e técnicos-administrativos da universidade, uma assembleia geral unificada para encaminhar ações em defesa da UFMT.
Ao final, os docentes aprovaram ainda, a pedido da base no início da assembleia, a inserção de dois pontos de pauta para serem debatidos numa próxima convocação, acerca das ações referentes ao processo dos 28,86% e da nova composição da Comissão de Ética da Adufmat-Ssind, que está inativa.