Um facção dissidente do IRA (Exército Republicano Irlandês), o IRA Verdadeiro, admitiu nesta segunda-feira a autoria do ataque com um carro-bomba nesta madrugada em Belfast, perto da sede dos serviços de segurança britânicos na Irlanda do Norte.
A explosão parece ter sido planejada para coincidir com a devolução do controle sobre as forças policiais e do sistema de Justiça pelo governo britânico para a Irlanda do Norte.
A explosão ocorreu às cerca de 00h20, hora local, do lado de fora do quartel policial.
As autoridades tinham sido advertidas antes da explosão e a região em volta foi evacuada. Um homem idoso que passava pelo local na hora da explosão sofreu ferimentos leves.
A bomba foi colocada em um táxi, roubado horas antes em uma área no norte de Belfast.
O Ministro britânico para Irlanda do Norte, Shaun Woodward, disse que “a transição democrática permanece em contraste com a atividade de uns poucos criminosos que não vão aceitar a vontade da maioria da Irlanda do Norte”.
“Eles não têm apoio em nenhum lugar”, completou.
O IRA Verdadeiro nasceu de um racha na liderança do IRA em outubro de 1997, por causa da direção que o Sinn Feinn (braço político do IRA) estava tomando em relação ao processao de paz na Irlanda do Norte.
O Ira Verdadeiro foi responsável pelo pior atentado dos 30 anos de violência na província britânica, o ataque a bomba na cidade de Omagh, que matou 209 pessoas, em agosto de 1998.
Transferência de poder
Em março passado, os membros da Assembleia da Irlanda do Norte votaram a favor da transferência do controle sobre policiamento e sistema de Justiça.
Dos 105 votos, 88 foram a favor da transferência.
Ainda nesta segunda-feira, os membros da Assembleia deverão escolher um novo secretário de Justiça – o primeiro político da Irlanda do Norte a assumir responsabilidade pelo policiamento e pelo sistema de Justiça em 38 anos.
A expectativa é de que David Ford, líder do partido Aliança, que inclui católicos e protestantes, assuma o cargo.
BBC Brasil
U.SEG