quinta-feira, 07/11/2024
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Discussões sobre alta dos juros voltam à moda

As discussões sobre aumento da taxa de juros estão voltando à moda, para a tristeza do setor produtivo brasileiro e de boa parte da população. Afastados do noticiário há cerca de um ano e meio, os debates voltaram com força nesta semana, em que é dado como certo o ajuste para cima pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Para economistas, não há dúvida: o aperto monetário virá. Só resta saber de quanto será.

Assombrado pelo fantasma da crise econômica mundial, o BC brasileiro interrompeu a sequência de elevações em outubro de 2008, logo após a eclosão dos principais problemas financeiros. O afrouxamento monetário foi mundial e a ideia era garantir o crescimento das economias, enfraquecidas após o escândalo das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos. No Brasil, a política monetária fez com que a taxa de juros caísse paulatinamente dos 13,75% ao ano para os 8,75% atuais.

Agora, a situação mostra-se bem diferente. A preocupação não recai mais sobre falta de crescimento, e sim sobre seu excesso, e o fantasma do momento é a inflação. As quedas na taxa de juros fizeram parte de um pacote que se mostrou suficiente para garantir que o País continuasse nos trilhos, dizem os economistas. Apesar de impopular, a alta das taxas pelo Banco Central vai mostrar que o Brasil realmente superou a crise, e cresce além do que a meta de inflação pode suportar.

Regime de metas

Pelo sistema de metas, a inflação deve ficar em 4,5% ao ano, com uma margem de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A pesquisa Focus desta semana mostrou a 14ª alta seguida das previsões para o IPCA, o índice de inflação usado como referência para a taxa básica, que passou de 5,32% para 5,41%. Mas Cristiano Souza, economista do grupo Santander Brasil, lembra que o intervalo de folga da meta existe apenas para algum choque externo imprevisível. “Não se trata de liberdade de política monetária.”

Souza afirma que, se o Banco Central não tomar medidas mais duras, a meta de inflação vai se deteriorar. “O ano que vem, por exemplo, já terá alta em preços administrados – como energia e telefonia – e esses ajustes serão sentidos nos indicadores de inflação.” Esses efeitos, segundo ele, são levados em conta na análise do BC.

Na última pesquisa semanal Focus, divulgada nesta segunda-feira, o mercado financeiro esperava alta de 0,5 ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros. A expectativa, no entanto, vem subindo. Três economistas ouvidos pelo iG já esperam aumento de 0,75 ponto percentual, para 9,50% ao ano. Há quem projete alta de 1 ponto.

Aline Cury Zampieri, iG SP

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Parmenas Alt
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