Monarca indicou em um comunicado que sua decisão seguiu o ‘costume’; caso haja uma posse fracassada, será acionada uma contagem regressiva de dois meses para que as eleições legislativas se repitam
O líder de direita, Alberto Núñez Feijóo, recebeu autorização do rei Felipe VI para tentar formar governo na Espanha, o que permitirá o seu empossamento como novo chefe de governo. Felipe VI manifestou “sua decisão de propor ao senhor Alberto Núñez Feijóo como candidato à presidência do governo”, anunciou após se reunir com o monarca a presidente do Congresso, Francisca Armengol, em uma declaração ao Congresso dos Deputados. A expectativa cresceu nos últimos dias em relação a se o rei, que realizou uma ronda de consultas entre segunda e terça-feira, designaria a formação do governo ao líder do Partido Popular (PP, conservador), que ganhou as eleições legislativas de 23 de julho, ou ao socialista Pedro Sánchez, presidente de Governo em exercício. O monarca indicou em um comunicado que sua decisão seguiu o “costume” de que seja “o candidato do grupo político que obteve o maior número de assentos” que seja “o primeiro a ser proposto” para a posse.
Apesar da permissão real, Feijóo ainda não conta com os votos necessários para conseguir o cargo. Entretanto, a seu favor também conta o fato de que seu adversário, Pedro Sánchez, que também é o atual chefe de governo, também não conta com os apoios necessários. Para alcançar maioria absoluta é preciso 176 dos 350 deputados que lhes permita governar. Na rede social X, antes Twitter, Feijóo agradeceu ao monarca “sua decisão” e garantiu que dará voz aos espanhóis “que querem mudança, estabilidade e moderação com um Governo que defenda a igualdade de todos”. Armengol indicou que entrará em contato com Feijóo nas próximas horas para marcar a data da posse. Embora tenha pedido calma, o líder da direita havia indicado previamente que se fosse designado pelo rei começaria as consultas com os diferentes partidos na próxima segunda-feira, 28.
Caso haja uma posse fracassada, será acionada uma contagem regressiva de dois meses para que as eleições legislativas se repitam, a menos que Pedro Sánchez consiga construir uma maioria nesse período. Depois de se reunirem separadamente com o chefe de Estado nesta terça , tanto Sánchez como Feijóo afirmaram que estavam dispostos a se submeter a um debate de posse. Mas Feijóo reivindicou o seu direito de ser escolhido por ser “o candidato do partido que ganhou as eleições”. O líder dos conservadores tem 172 votos: 137 dos deputados do PP, 33 do partido de extrema direita Vox e os deputados de dois pequenos partidos regionais. Mas por enquanto, perante um possível debate de posse, o líder socialista tem apenas 164 votos, incluindo os 131 de seu partido e 31 da extrema esquerda.
JovemPan