quinta-feira, 21/11/2024
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Dilma: mudança das rádios AM para FM é salto tecnológico

Durante o programa semanal Café com a Presidenta, Dilma Rousseff explicou, nesta segunda-feira (11), que o governo precisa criar as condições para que as duas mil rádios AM existentes no País se adaptem às mudanças tecnológicas, se modernizem e continuem junto da população. A presidenta Dilma também lembrou a sua infância em Belo Horizonte, quando acompanhava as radionovelas da época, como O Direito de Nascer, que fez grande sucesso.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

Apresentador: Olá, você, em todo o Brasil, eu sou o Luciano Seixas e começa agora mais um Café com a Presidenta Dilma. Bom dia, presidenta.

Presidenta: Bom dia, Luciano. E bom dia para você que nos acompanha aqui no Café hoje.

Apresentador: Presidenta, toda semana a gente se encontra aqui no Café para conversar sobre os grandes temas do Brasil. Nós já falamos sobre muita coisa, não é, presidenta? Já falamos de educação, de saúde, emprego, transporte, casa própria e muitos outros assuntos, mas hoje eu queria conversar sobre a importância do rádio. Na semana passada, a senhora anunciou uma ótima novidade para as rádios AM. Conta essa novidade aqui no Café, presidenta.

Presidenta: Conto sim, Luciano. Sabe o que é? Eu autorizei a migração das rádios AM para a frequência FM em todo o Brasil, Luciano. Essa mudança, ela é importante porque vai permitir às rádios AM transmitir sua programação na frequência FM, que tem muito mais qualidade, sofre menos interferência e não tem aquele chiado que muitas vezes atrapalha quando a gente está ouvindo. Isso, sabe por que é que é, Luciano? É porque o sinal AM pode sofrer interferências de celulares, dos carros e até dos eletrodomésticos que a gente usa em casa. Essa migração significa, portanto, Luciano, um salto, um salto tecnológico que vai ajudar a manter e até aumentar a audiência das rádios. Sabe, Luciano, no caso das emissoras menores, esse avanço pode significar, inclusive, a sobrevivência dessas pequenas rádios que estão em todo o nosso país. Isso vai ser bom para todo mundo, porque o rádio é um veículo muito importante, que tem milhões e milhões de ouvintes por esse Brasil afora.

Apresentador: Com certeza, presidenta. O Brasil tem muitas rádios AM, não é?

Presidenta: Ah, tem sim, Luciano. O Brasil, hoje, tem quase, olha bem, 2 mil rádios AM, e elas são um verdadeiro patrimônio do nosso país, porque levam diversão, cultura, informação e prestam serviço aos ouvintes. Por isso, nós precisamos criar as condições para que elas se adaptem às mudanças tecnológicas, se modernizem e continuem a estar lá junto da população.

Apresentador: E como vai ser feita a mudança para a faixa FM, presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, é a rádio que escolhe se ela quer mudar ou não para a faixa FM, e ela tem um ano para decidir. A emissora que optar por essa mudança vai poder fazer suas transmissões nas duas faixas por até cinco anos, Luciano. Veja bem, cinco anos ela pode ser AM e FM. As rádios AM pediam essa mudança para FM e boa parte delas deve fazer essa migração. Só devem continuar como AM aquelas rádios que têm um alcance maior, chegando pegar, às vezes, em todo o estado. A outra vantagem dessa mudança para FM é que as rádios AM vão poder transmitir sua programação por meio de celulares e tablets, o que vai ajudá-las também a conquistar as novas gerações.

Apresentador: Isso é porque a garotada vive conectada, não é, presidenta? E a senhora, presidenta, a senhora gosta de rádio?

Presidenta: Olha, Luciano, eu adoro o rádio, sou ouvinte de rádio desde que eu era criança. Eu lembro de ter escutado rádio antes mesmo de aprender a ler, Luciano, e acho que o rádio me estimulou na paixão que eu tenho pela leitura, pelos livros. Sabe por quê? Porque, Luciano, a rádio estimula a nossa imaginação, a gente consegue visualizar o que acontece em uma radionovela só escutando o som da voz e a sonoplastia, ou seja, só com o som. Lá em Belo Horizonte, onde eu nasci e cresci, eu me lembro da minha mãe e da minha tia ouvindo as radionovelas que eram transmitidas naquela época, e eu ficava lá escutando. Tinha "O Direito de Nascer", na Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que era o maior sucesso, todo mundo acompanhava "O Direito de Nascer". Eu gostava muito de escutar "Jerônimo, o Herói do Sertão", e acompanhava as aventuras deste primeiro herói brasileiro do rádio. Outro programa do qual me lembro é o "Repórter Esso", que dava as notícias do que estava acontecendo no Brasil e no mundo, e que meu pai gostava de ouvir todos os dias. Sabe, Luciano, o rádio também foi muito importante na minha vida quando, durante a ditadura, eu estive presa. A gente ouvia muito o rádio e, pela frequência AM, conseguíamos até sintonizar as rádios estrangeiras e saber o que estava acontecendo no mundo.

Apresentador: É muita história, presidenta.

Presidenta: Pois é, Luciano. E, quando a gente fala de rádio, a gente não pode deixar de falar dos radialistas, radialistas como você, Luciano, que são os grandes protagonistas desse veículo de comunicação mágico que é o rádio. Foi por isso que eu anunciei a opção pela mudança das rádios AM para FM no dia 7 de novembro, que é o Dia do Radialista. Os radialistas são como velhos amigos, frequentam a nossa casa, fazem companhia para a gente, nos contam casos. Deixa eu te entrevistar um pouco, Luciano. Há quanto você trabalha no rádio?

Apresentador: Há 28 anos. Uma vida, não é? Mas a senhora também é um pouco radialista, hein, presidenta?!

Presidenta: Ah, é verdade, Luciano, eu virei radialista, somos colegas. Eu gosto muito de estar aqui toda semana no Café com a Presidenta para contar aos nossos ouvintes tudo o que acontece no nosso governo e o que estamos fazendo para melhorar a vida das pessoas. E veja só que interessante, Luciano, enquanto conversamos aqui no Café, tem gente ouvindo o nosso programa em tudo que é canto deste país. Isso é ótimo. O rádio está presente nas casas dos brasileiros em qualquer parte do nosso país, seja em uma comunidade ribeirinha lá da Amazônia, seja em uma cidade lá do semiárido, seja em uma fazenda do Pantanal ou em uma grande cidade do país. Em qualquer desses lugares tem uma rádio, não é, Luciano, e, na maioria das vezes, nos lugares mais distantes é uma rádio AM que está chegando por lá. E é por saber dessa enorme importância do rádio, sabe, Luciano, que eu faço questão de dar entrevista, sempre que eu posso, para as emissoras das cidades que eu visito pelo Brasil afora.

Apresentador: E já que o assunto é rádio, presidenta, a gente não pode deixar de falar da Rádio Nacional da Amazônia, que leva música e informação para as regiões mais afastadas do nosso país.

Presidenta: Bem lembrado, Luciano. Eu quero fazer uma homenagem a todas as rádios por meio da Rádio Nacional da Amazônia, que está no ar há 36 anos. Veja só, a Rádio Nacional da Amazônia atinge mais da metade do território brasileiro, porque chega a toda a região Norte e também ao Maranhão, ao Piauí, à Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. É muito lugar, não é, Luciano? Com todo esse alcance, ela presta um serviço importantíssimo para o nosso país, integra a Região Amazônia e aproxima as comunidades que vivem lá na Amazônia ao resto do Brasil. Em muitas dessas comunidades, Luciano, só a rádio chega. São histórias de sucesso como a da Rádio Nacional da Amazônia que me dão a certeza de que, mesmo com a tecnologia avançando, cada rádio vai encontrar seu caminho, fazer sua opção para continuar informando os cidadãos, prestando um enorme serviço à população e ajudando a integrar esse nosso país enorme.

Apresentador: Muito legal a conversa de hoje, presidenta, pena que o nosso tempo chegou ao fim. Obrigado por mais esse Café.

Presidenta: Luciano, parabéns e obrigada a você. Obrigada também à equipe da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação, que nos ajuda a fazer o Café aqui toda semana. Um abraço para todos vocês e também para os nossos amigos, os nossos queridos ouvintes. E até a semana que vem!

Apresentador: Você que nos ouve pode acessar o Café com a Presidenta na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Nós voltamos na próxima segunda-feira. Até la'!

Fonte:

Empresa Brasil de Comunicação

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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