Especialista alerta sobre a ausência de sintomas, além de orientar sobre tratamentos e prevenção
A osteoporose é uma doença silenciosa, não apresenta manifestações clínicas específicas até que ocorra a primeira fratura, sendo mais comum em mulheres acima dos 45 anos. Segundo a Fundação Internacional de Osteoporose (IOF), pelo menos, 10 milhões de brasileiros sofrem com essa patologia. Praticamente um terço das mulheres, com mais de 65 anos e 15% dos homens na mesma faixa etária.
“A patologia atinge o metabolismo dos ossos, diminuindo a massa óssea e comprometendo a estrutura dos tecidos responsáveis pela formação dos ossos. À medida que vai progredindo com o avançar da idade, a doença aumenta o risco de fraturas, especialmente do quadril, do antebraço, das vértebras e do colo do fêmur”, explica o enfermeiro e coordenador do curso de Enfermagem da Unic, Cauê Pimentel.
O especialista destaca que, estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) preveem que a população de 65 anos ou mais crescerá significativamente nos próximos 50 anos na América Latina e as projeções estimam que o número de fraturas de quadril por ano no Brasil, hoje com cerca de 121.700, deva chegar a 160 mil até 2050.
Além do sexo e da idade, existem outros fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose. Um dos mais evidentes é a deficiência de cálcio, provocada por dieta pobre desse mineral ou por alguma síndrome de má absorção – doença celíaca e inflamação intestinal, por exemplo. “Um dos maiores problemas, no Brasil, é que a ingestão de cálcio está bem abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde”, acrescenta.
De acordo com Pimentel, o sedentarismo, má nutrição e a deficiência de vitamina D são fatores de risco considerados modificáveis e com isso precisam de atenção. “A desnutrição acomete principalmente a população idosa, grupo etário de risco e para o qual é fundamental garantir ingestão adequada de cálcio, vitamina D e proteínas”, alerta Pimentel.
Como a doença não apresenta sinais claros, o médico inicia a investigação levando em conta dados como idade, peso, altura, histórico de fraturas na família e hábitos como o consumo cigarro e bebida alcoólica. A densitometria óssea é o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose, feito por um aparelho de raio X. O teste, em geral, é solicitado a partir dos 45 anos, para as mulheres, e dos 65 anos, para os homens.
“A osteoporose não tem cura, mas existem medicamentos que ajudam a reduzir a perda óssea e prevenir fraturas mais graves, além da prática de atividades físicas e uma dieta adequada”, destaca o especialista.
Para pessoas que sofrem com a osteoporose, algumas recomendações são importantes, a fim de evitar fraturas: prevenir quedas; seguir corretamente o uso dos medicamentos, conforme a prescrição médica; manter o acompanhamento médico regular; seguir as orientações de dieta; evitar hábitos como tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas.
Como prevenção à doença, as medidas mais indicadas são:
– Aumentar a ingestão de cálcio através do consumo de leite e de seus derivados e vegetais de folhas verdes;
– Expor-se ao sol, pois ajuda a manter o nível adequado de vitamina D no organismo;
– Praticar atividades físicas regularmente, para fortalecer os músculos e melhorar o equilíbrio, evitando quedas;
– Evitar o consumo de álcool e tabaco;
– Evitar o consumo excessivo de sal.
Dia Mundial de Combate à Osteoporose
O Dia Mundial de Combate à Osteoporose é comemorado em 20 de outubro, data anual dedicada à conscientização para prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. O objetivo é chamar atenção para os cuidados em relação à doença e das fraturas associadas, na agenda global da saúde, a fim de alcançar profissionais da área, os meios de comunicação, políticas públicas e a população em geral.