Seja na dramaturgia, seja no futebol, em ações sociais ou na luta por direitos humanos, elas quebraram tabus, reinventaram dores e reescreveram capítulos da própria história de vida
Mulheres de diferentes áreas construíram trajetórias de sucesso e superação ao longo da história. Cada uma do próprio jeito, elas quebraram tabus, reinventaram dores e são inspiração para outras pessoas. Seja na dramaturgia, seja no futebol, em ações sociais ou na luta por direitos humanos, o que elas têm em comum é o papel de referência em suas áreas. De Hebe Camargo a Chiquinha Gonzaga: veja sete famosas com histórias de força e superação!
Chiquinha Gonzaga (1847-1935) foi compositora, autora de mais de 2.000 músicas e a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Francisca Edwiges Neves Gonzaga também se envolveu com a política, militando em prol da abolição da escravidão e do fim da monarquia. Costumava chamar a atenção das pessoas por fumar em público, algo que não era considerado de bom-tom para mulheres na época.
Aos 52 anos, após alguns casamentos, Chiquinha encontrou um novo amor. O rapaz, chamado João Batista, tinha apenas 16 anos. Temendo o preconceito, ela então fingiu adotá-lo como seu filho. Mudou-se com ele para Lisboa e, em terras estrangeiras, viveu feliz ao lado do amado. O romance entre eles foi descoberto só após sua morte, em fevereiro de 1935.
Apesar de sua irreverência e forma bem-humorada de levar a vida, Elza Soares passou por algumas tribulações, que também a tornaram um grande símbolo de força. A artista teve a infância interrompida pelo pai ao ser obrigada a largar os estudos e se casar com Lourdes Antônio Soares. Dessa união, ela teve sete filhos. Com poucos anos de casamento, Elza perdeu para a fome dois filhos recém-nascidos. Com medo de também perder o terceiro, ela passou a se dedicar à música.
Em 1999, a artista foi eleita pela BBC de Londres a Melhor Cantora Brasileira do Milênio quando se apresentou em um concerto com Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Virgínia Rodrigues. Nas últimas décadas, a cantora fez da própria trajetória matéria-prima para ressignificar as tragédias da vida e se transformou em uma das principais vozes da juventude brasileira. Elza morreu no dia 20 de janeiro de 2022, aos 91 anos .
Lucinha Araújo perdeu o filho, Cazuza, para a aids. A brasileira foi idealizadora da ONG Sociedade Viva Cazuza, que por mais de 30 anos ofereceu apoio a crianças e adultos portadores da doença. Em 2020, no entanto, a entidade confirmou o encerramento das atividades .
Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio por parte de Marco Antonio Heredia Viveros, seu marido. Primeiro, ele lhe deu um tiro nas costas enquanto ela dormia. Maria da Penha ficou paraplégica. Quatro meses depois, quando ela voltou para casa — após duas cirurgias, internações e tratamentos —, o marido a manteve em cárcere privado durante 15 dias e tentou eletrocutá-la durante o banho. A história de Maria da Penha ganhou o mundo e dá nome à lei que protege as mulheres contra a violência desde 2006.
Hebe Camargo sempre foi sinônimo de TV, veículo do qual se tornou madrinha. Ícone feminino brasileiro, ela nasceu em pleno Dia Internacional da Mulher, 8 de março de 1929, em Taubaté, no interior de São Paulo. O pai, o violonista Sigesfredo Camargo, tocava no cinema da cidade. Quando os filmes mudos acabaram, seu Fredo, como era chamado, perdeu o emprego e resolveu tentar a sorte em São Paulo, acompanhado dos filhos e da mulher, Ester. Foram morar em um porão no bairro da Liberdade.
Como a família não tinha muito dinheiro, Hebe, ainda adolescente, precisou trabalhar como empregada doméstica na casa de uma tia rica. A cada folga, corria para cantar nas rádios da cidade, onde ganhava uns trocados. A grande chance veio em 1955, quando o galã e diretor Walter Forster a chamou para ser uma das cinco apresentadoras do programa O Mundo É das Mulheres, que deu voz ao discurso feminista na TV brasileira. Em 1957, resolveu abandonar a morenice e pintar os cabelos de loiro para sempre. Deu certo, e ela fez mais sucesso.
No fim dos anos 70, Hebe foi para a Band, onde ficou até 1985, quando Silvio Santos a convidou para ser a grande estrela do SBT. No programa Hebe, recebeu em seu famoso sofá os principais artistas, personalidades e políticos do país e fez da segunda-feira à noite seu dia na TV. A grande dama da televisão brasileira, como era conhecida, morreu no dia 29 de setembro de 2012, vítima de uma parada cardíaca. Desde 2010, Hebe lutava contra um câncer no peritônio. Forte e guerreira, a apresentadora não só encarou a doença como enfrentou duras sessões de quimioterapia sem nunca perder o sorriso e a esperança.
Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz em 1999 pelo filme Central do Brasil. Ela divulgou o longa no exterior e chegou a ser entrevistada por nomes famosos como o apresentador David Letterman. Recentemente, a veterana foi eleita a mulher mais admirada do Brasil pelo terceiro ano consecutivo. A pesquisa foi realizada pelo Instituto Qualibest, empresa especializada em levantamento de dados online.
Marta Vieira da Silva, conhecida nacionalmente apenas como Marta, é a principal jogadora de futebol do mundo. A atleta, que atua na posição de atacante, foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo pela Fifa (Federação Internacional de Futebol). De origem simples, a jogadora quebrou tabus e ajudou na consolidação do futebol feminino.
FONTE:R7