Três casos de violência doméstica, relativos à Lei Maria da Penha, foram registrados entre a noite de segunda (12), Dia dos Namorados, e madrugada desta terça-feira (13), em Cuiabá. Em um do acasos, um professor, identificado como M.A.C., precisou de atendimento médico após ser ferido com cacos de vidro durante uma briga com a ex-companheira, que também foi agredida por ele.
A Polícia Militar foi acionada por volta das 2h23 da madrugada desta terça-feira, na região Central de Cuiabá. O motivo da briga entre o casal seria o término do relacionamento e a intensão da mulher, de 37 anos, de pegar alguns móveis da casa.
M. impediu a mulher com agressões. Ela acionou a PM e conseguiu retirar alguns móveis, porém, ao retornar no imóvel sem a presença da polícia, brigou novamente com o ex. Ele foi localizado sangrando na região conhecida como Beco do Candeeiro. A mulher confirmou que se defendeu das agressões com golpes de caco de vidro.
O professor já tem histórico criminal. Em 2014, ele foi preso na mesma casa por tráfico de drogas e posse ilegal de arma de fogo e estava sendo monitorado pelo 1° Batalhão de Polícia Militar, após denúncia de que a casa funcionava como ponto de tráfico de drogas. Na ocasião, M. alegou, em depoimento, que é usuário de cocaína há 15 anos.
Nesta madrugada, ele foi encaminhado para o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) devido aos cortes.
Socos no rosto
Outro caso aconteceu no bairro 1° de Março, por volta das 23h30. A vítima, de 31 anos, acionou a PM após o namorado com quem mora, identificado como J.A.C.R., 20 anos, a agredir com diversos socos no rosto por ciúmes.
A mulher se queixava de muita dor de cabeça devido às agressões. Os lábios da vítima também ficaram bastantes feridos. Conforme o boletim de ocorrência, a polícia realizou buscas, porém, o agressor conseguiu fugir.
Golpes de madeira
O terceiro caso aconteceu no bairro CPA 2, às 22h25. A vítima de 28 anos disse à polícia que seu convivente, R.L.S., 36 anos, a agrediu com golpes de madeira nas costas, cabeça e braços. A PM foi acionada pela mãe do agressor, que confirmou a violência.
O criminoso é sócio de uma boate em Cuiabá, localizada na região do bairro Chácara dos Pinheiros. A polícia também fez buscas no local, mas R. não foi localizado.
Os três casos foram registrados na Central de Flagrantes (Cisc) do bairro Planalto e ninguém foi preso.
Começo do fim
Conforme a delegada Juliana Palhares, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), grande parte das execuções de mulheres têm origem em pequenas agressões.
?A violência doméstica é gradativa. Começa com desrespeitos, ameaças, agressões físicas, até que pode culminar na morte da mulher?, disse.
Dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) revelam que 24 mulheres foram assassinadas de janeiro a abril deste ano em Mato Grosso. Além de motivos banais, as execuções são causadas por rixas, dívidas relacionadas ao tráfico de drogas, e principalmente, violência doméstica.
Com:RepórterMT