Nessa quarta-feira é Dia Internacional da Igualdade Feminina. Muitos de nós sequer sabemos que essa data existe. Na verdade, era melhor que ela nem existisse, uma vez que a igualdade entre homens e mulher já deveria estar estabelecida entre nós. No entanto, não está. A prova cabal disso são os constantes casos de desigualdade de gênero que nos cercam todos os dias. A todo o momento.
Infelizmente, a violência sofrida pela mulher vai além da violência física. Ainda ganhamos menos que os homens, ainda ocupamos menos cargos de chefia que eles, ainda somos discriminadas, não só no mercado de trabalho, mas pela sociedade de uma maneira geral.
Foi para combater isso, que nasceu o Dia Internacional da Igualdade Feminina, comemorado nesse dia 26 de agosto: para marcar o advento da mulher cívica. Essa data existe para nos lembrar que, mesmo com tanta desigualdade, conseguimos avançar em muitos aspectos e para nos mostrar que essa luta vale a pena!
Essa data existe também para não nos deixar esquecer alguns momentos importantes para as mulheres, como a inserção feminina em condições de igualdade, de direitos e deveres, na vida política e civil, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, na França e a conquista, em 1920, depois de 81 anos de luta, do direito a voto pelas mulheres dos Estados Unidos.
É importante rememorarmos essas e outras datas, para vermos que as conquistas da mulher na sociedade brasileira também são muito recentes. Aqui, o direito de acesso à educação para as mulheres, por exemplo, tem cerca de 100 anos (pouco, se analisarmos do ponto de vista histórico). O direito ao voto foi outorgado às brasileiras há apenas 70 anos!
Há ainda muito o que conquistar, mas não podemos esquecer o quanto conseguimos avançar. Hoje, quase 30% das mulheres do país são chefes de família sozinhas, não recebem nenhum auxílio de companheiros ou ex-companheiros. Prova irrefutável de nossa capacidade. Datas como o Dia Internacional da Igualdade Feminina são fundamentais para que a sociedade não se esqueça que há ainda uma caminhada importante a ser trilhada. Um caminho que precisa ser percorrido por homens e mulheres. Juntos.
Para banirmos as questões da discriminação e da violência com a participação de todos, e em especial, dos homens. Em minhas andanças, tenho sempre lembrando que nós, mulheres, somos 52% da sociedade e os demais 48% quem são? São nossos filhos! São todos filhos de mulheres. Então, não faz sentido que exista discriminação contra a mulher.
Para aqueles que acreditam que esse é um “dia sem propósito”, ou mais uma oportunidade para se incentivar discursos “feministas”, segue um alerta: alcançar a igualdade é uma luta, um exercício, que se começa em casa e precisa ser colocado em prática diariamente. Só poderemos “excluir” o Dia da Igualdade Feminina do calendário, quando ela for, de fato, alcançada. Ai sim ela verdadeiramente não fará mais sentido.
Serys Slhessarenko é senadora da República pelo PT de Mato Grosso e segunda-vice presidente do Congresso Nacional