Entre agosto de 2022 e julho de 2023, o Estado perdeu 2.086 km² de florestas nativas, um aumento de 8% em relação ao ano anterior
O desmatamento em Mato Grosso, região que possui uma das maiores riquezas naturais do Brasil, atinge níveis alarmantes, colocando em risco a biodiversidade local, sendo afetado, principalmente, pela expansão agrícola. O Estado é um dos maiores produtores de soja e gado do país, e a conversão de florestas em terras agrícolas é uma das principais causas da perda de cobertura florestal.
“A exploração madeireira, por exemplo, tanto legal quanto ilegalmente, também afeta de maneira significativa a manutenção das áreas florestais. Além disso, atividades como a mineração e a construção de infraestruturas têm acelerado tal destruição”, analisa Alan Souza, agrônomo e coordenador da Faculdade Anhanguera de Rondonópolis.
Entre agosto de 2022 e julho de 2023, de acordo com o ICV (Instituto Centro de Vida), o Mato Grosso perdeu 2.086 km² de florestas nativas, um aumento de 8% em relação ao ano anterior. Deste total, 72% foram derrubados sem autorização, evidenciando a falha nas ações de combate ao desmatamento.
Além disso, a Floresta Amazônica e o Cerrado, biomas predominantes na região, abrigam uma grande diversidade de espécies de plantas e animais, muitas das quais são endêmicas. A fragmentação das florestas impede que os animais se movam livremente, se alimentem e se reproduzam, aumentando o risco de extinção de espécies como a onça-pintada e várias aves e plantas.
Abaixo, o docente da Anhanguera destacou outras consequências e medidas urgentes para combater o desmatamento.
Consequências devastadoras:
Diminuição da biodiversidade: A rica variedade de vida do Mato Grosso está sendo dizimada, com impactos irreversíveis para o equilíbrio ecológico;
Mudanças climáticas: As florestas são essenciais para absorver o CO2 da atmosfera, e o desmatamento intensifica o efeito estufa, agravando o aquecimento global;
Impactos socioambientais: O desmatamento afeta diretamente as comunidades indígenas e tradicionais, que dependem da floresta para sua sobrevivência.
Medidas urgentes necessárias:
Combate ao desmatamento ilegal: É crucial fortalecer a fiscalização e punir os responsáveis com rigor;
Apoio à agricultura sustentável: Incentivar práticas agrícolas que preservem a floresta e garantam a segurança alimentar;
Valorização dos serviços ecossistêmicos: Reconhecer o valor das florestas para o clima, a água e a biodiversidade;
Conscientização ambiental: Educar a população sobre a importância da preservação ambiental.
“A preservação da biodiversidade em Mato Grosso é vital não apenas para a região, mas também para o planeta, devido ao papel crucial das florestas tropicais na regulação climática global. A urgência de ações efetivas nunca foi tão grande”, finaliza o especialista.
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