quinta-feira, 07/11/2024
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Desenho infantil convence internautas da existência de universos paralelos

Imagine a seguinte situação:

Você está em casa com seu filho (sim, você tem um filho neste cenário hipotético), liga a televisão e começa a passar aquele desenho animado que fez parte da sua infância: "Os Flindstones".

Fred, Vilma, Barney, Bambam, Pedrita e toda a trupe exatamente da maneira que você os conheceu. Mas você pensa: "Ué. Não era 'Flintstones'?".

Recorre ao Google.

Tudo – absolutamente tudo – que encontra refere-se ao desenho como 'Flindstones'. Nunca houve 'Flintstones', embora você pudesse jurar que essa sempre foi a grafia correta.

Doido né? Pois é mais ou menos isso que aconteceu nos Estados Unidos, onde milhares de internautas estão intrigados com uma teoria que estaria 'comprovando' a existência de universos paralelos.

O epicentro da confusão é a série infantil "Os Ursos Berenstain", saga que apresenta uma família de ursos antropomorfizados onde as duas 'crianças' da família aprendem lições de moral ao fim de cada episódio. Os contos que fizeram parte da infância de milhões de americanos foram lançados inicialmente como uma série de livros em 1962 e posteriormente transformada em um desenho animado, nos idos da década de 1980.

Acontece que muitos dos antigos fãs da série se deram conta recentemente de que estavam errados a respeito do real nome da animação. Enquanto parte dos americanos sempre soube que o sobrenome da família era "Berenstain", outra grande parcela da população do país lembra-se vividamente de acompanhar a saga dos ursos "Berenstein", com "E".

"Eu apenas me dei conta de que a gravia correta era com 'A' quando estava lendo para o meu filho, cerca de oito meses atrás. Isso foi muito perturbador para mim", relatou um entrevistado pela edição americana da revista canadense "Vice".

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Quando a teoria Berenst(e)ain ganhou notoriedade, em meados do ano passado, muitos teóricos associaram a situação ao Efeito Mandela, uma ideia disseminada pela blogueira Fiona Broome, que descobriu que muitas pessoas (incluindo ela própria), tinham a vívida lembrança de que Nelson Mandela havia morrido na prisão durante a década de 1990. Como todos sabem, o líder da luta contra o apartheid na África do Sul morreu em 2013.

Mas como tudo isso estaria relacionado à existência de universos paralelos?

Pois bem. Conforme os defensores das teorias Berenst(e)ain e Efeito Mandela, a existência de muitas pessoas que compartilham da mesma falsa memória indica que o fenômeno estaria ligado a uma "história alternativa" e a "realidades paralelas".

É como se, em alguma outra dimensão, Nelson Mandela realmente tivesse morrido durante o período encarcerado e a televisão americana efetivamente tivesse exibido um seriado chamado "Os Ursos Berenstein". Neste cenário, alguns de nós efetivamente teríamos cruzado, em algum momento, a barreira para outra realidade.

Achou confuso? Espere então até ler a explicação a seguir, desenvolvida pelo blogueiro Reece em 2012, conforme relato publicado pelo site "A.V. Club".

"Em algum momento nos últimos dez anos ou perto disso, a realidade teria sido alterada e a história foi mudada retroativamente. Os ursos de fato se chamavam Berenstein quando estávamos crescendo, mas agora a realidade foi alterada de modo a mudar isso. De alguma maneira, todos nós regredimos nas quatro dimensões de modo que alguns de nós viajamos para o quadro hexadecimal 'stAin', enquanto outros vieram para o quadro 'stEin'", escreve Reece.

Assim, aqueles que se lembram do nome "Berenstain" são nativos desse universo "A", enquanto os outros vieram do universo "E".

Para compreender o fenômeno, uma internauta sugeriu um interessante experimento de 20 anos, conforme relatou a revista "Vice". A ideia seria a de uma mãe se certificar de que sua filha leria apenas livros com a grafia "Berenstain" até completar 10 anos de idade. Quando ela atingisse a idade de 20 anos, seria questionada sobre qual a grafia que ela se recorda. A resposta poderia dar uma bela pista sobre esse mistério.

Buscando uma explicação científica para o fenômeno, a "Vice" questionou um especialista em falsas memórias, o doutor Henry L. Roediger. A resposta murchou um pouco a empolgação dos defensores da teoria Berenst(e)ain.

"Não acredito que o simples esquecimento de uma letra em um nome comprido seja um indicativo de uma falsa memória. Acho que, nesse caso, muitos pensam que a grafia correta seja 'stein' porque é uma terminação comum em muitos nomes – Einstein, Frankestein, Goldstein, etc."

A resposta faz sentido. Mas tudo indica que os defensores da ideia de que existem universos paralelos não serão vencidos tão facilmente.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Parmenas Alt
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