Taxa de desocupação recuou 0,4 ponto percentual e é a menor para o período desde 2016, segundo o IBGE
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, apontam dados divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Apesar da tendência de queda da desocupação, o percentual apurado significa que 12 milhões de pessoas ainda estão em busca de uma colocação profissional no território nacional.
O resultado apresentado pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) é 0,4 ponto percentual inferior ao apurado no trimestre anterior, encerrado em novembro, e representa a menor taxa para o período desde 2016. Na comparação com o último trimestre, o número de pessoas em busca de trabalho caiu 3,1%.
A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, afirma que a queda da taxa de desocupação confirma a tendência observada nos últimos meses. “No trimestre encerrado em fevereiro, houve retração da população que buscava trabalho, o que já vinha acontecendo em trimestres anteriores. A diferença é que nesse trimestre não se observou um crescimento significativo da população ocupada”, explica ela.
No período compreendido entre dezembro e fevereiro, o número de profissionais ocupados no Brasil foi estimado em 95,2 milhões e ficou estável frente ao trimestre anterior, de acordo com o IBGE.
O dado mostra que houve estabilidade no percentual de pessoas em idade de trabalhar que estavam efetivamente ocupadas na semana de referência da pesquisa (55,2%). Para Adriana, a estabilidade do contingente de ocupados pode estar retomando um padrão anterior à pandemia de Covid-19. Segundo ela, uma das possíveis explicações para isso é o desligamento dos contratados de forma temporária.
“Se observarmos a série histórica, veremos que, desde o seu início, houve queda no número de pessoas ocupadas nesse período. Agora não tivemos queda, mas essa perda de fôlego neste ano pode indicar a retomada desses padrões sazonais”, observa a pesquisadora.
Categorias de trabalho
O número de empregados no setor privado com carteira de trabalho assinada — uma das únicas categorias em expansão — aumentou em 1,1% na comparação com o trimestre anterior, o que representa 371 mil profissionais formais no período. Também houve crescimento de 5,2% (ou de 203 mil pessoas) entre os empregadores.
Por outro lado, o volume de trabalhadores por conta própria caiu 1,9% na comparação com o trimestre encerrado em novembro. O percentual representa uma queda de 488 mil pessoas incluídas na categoria.
Adriana destaca que a retração no número de profissionais autônomos foi disseminada entre as atividades de comércio, construção e alojamento e alimentação. “Como esses grupos representam uma parte significativa dos trabalhadores informais, houve um reflexo direto na diminuição da informalidade no trimestre”, explica ela.
Com esse recuo, os profissionais informais totalizaram 38,3 milhões, enquanto eram 38,6 milhões no trimestre anterior. Acompanhando a queda, a taxa de informalidade passou de 40,6% para 40,2% nesse período.
R7