Riva e Rabello querem a definição de uma política de investimentos que
atraiam investidores para a região e convocam mato-grossenses para a
busca de soluções conjuntas
O ritmo de crescimento de uma população está diretamente ligado a
dinâmica econômica de uma determinada cidade. Municípios que geram
emprego e renda atraem fluxos populacionais maiores do que aquelas que
estão em estagnação econômica. É essa estagnação que vive grande
parte dos municípios da Baixada Cuiabana. Na tentativa de apontamento
de solução, a Assembléia Legislativa realiza audiência pública,
amanhã, terça-feira (06), às 9 horas no Auditório Renê Barbour. A meta
é discutir o ritmo de crescimento populacional da Baixada Cuiabana,
segundo as tendências apontadas pelo Censo IBGE/2007 e suas
implicações no crescimento sócio econômico da região, visando a
definição de Política Estratégica de Desenvolvimento Econômico para os
municípios abrangidos.
O debate foi proposto pelos deputados José Riva e Walter Rabello
(ambos PP), que querem a definição de uma política de investimentos,
que atraia investidores para a região. Para o debate estão
convidados, o governador Blairo Borges Maggi e sua equipe, prefeitos,
vereadores dos municípios que compõem a Baixada Cuiabana, instituições
de ensino superior, o Corecon (Conselho Regional de Contabilidade),
Fecomercio (Federação do Comércio), Fimt (Federação da Indústria),
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil/Secção MT), Sindicatos
Representativos de Classe e a comunidade em geral.
Os autores da proposta de debate estão preocupados com os reflexos que
a baixada sofreu das crises que abalaram as regiões produtoras do
estado. Ao justificarem o requerimento do debate, eles citaram que os
anos de 2005 e 2006 foram anos de crises de vários setores da
economia, como da madeira, da agricultura, do garimpo, do comércio,
entre outros, não só em Mato Grosso, mas em todo o país e apontaram
que “a região da Baixada Cuiabana foi mais vitima ainda dessa crise,
visto que em função das condições climáticas, da vegetação, do entorno
do pantanal, e em nome da conservação e do manejo ecologicamente
correto, esses municípios foram mais sacrificados”.
Os números divulgados pelo IBGE, ainda que parciais apontam para a
confirmação de uma tendência anteriormente detectada pelos
mato-grossenses. “As desigualdades regionais estão se ampliando no
Estado”. Estudo realizado pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso,
em 2003, com o tema ´Desigualdades Regionais em Mato Grosso´, já
antecipava a realidade diagnosticada pelo IBGE.
De acordo com o estudo, o estado conta com 04 blocos de regiões, e
para exemplificar a região considerada com baixo dinamismo podemos
citar a nossa Capital. Segundo o estudo na década passada Cuiabá
apresentou um ritmo de crescimento maior do que nestes últimos sete
anos, o que levou o IBGE a prever um crescimento de 12% para o período
2000-2007, quando o crescimento foi de apenas 7,6% .
Para os deputados “podemos concluir que uma das hipóteses que explicam
essa situação é a falta de um perfil econômico definido para a
capital, ou seja, a cidade não tem uma cadeia industrial ou primária
relevante, e os setores de serviço e comércio, não se despontam como
um grande pólo de crescimento, como se chegou a verificar na última
década”.