O Governo do Estado não pode resolver com mão de ferro a situação dos servidores em greve. A declaração foi feita pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), durante a abertura dos trabalhos em Plenário, no segundo semestre, realizado ontem (02.08). Com a presença de alguns servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), investigadores e escrivãs, Riva chegou a mencionar a suspensão da sessão de hoje para que os deputados pudessem cobrar do governador Silval Barbosa uma posição.
Contudo, o próprio Silval garantiu a Riva, por telefone, que há uma determinação do Executivo de não ouvir categorias em greve. Riva explicou que a AL aguarda um relatório do Executivo contendo informações sobre a situação das categorias. E, às 14hs, os deputados se reúnem com o governador no Palácio Paiaguás.
“O secretário César Zílio (SAD) enviou o relatório . Em seguida, conversaremos com o governador. O diálogo é necessário exatamente pelo estado de greve. “Mesmo considerando ilegal a iniciativa, o governo não pode resolver com mão de ferro”, afirmou o presidente, ao garantir que a Assembleia Legislativa vai cobrar uma posição.
Também lembrou que a administração pública não pode ficar focada somente em obras físicas. “Tem que pensar no conjunto [servidores e obras] e gerar resultados à população. A Assembleia vai defender que o governo convoque todas as categorias em greve”, garantiu, ao declarar que houve erro na condução das negociações.
O deputado falou ainda sobre as dificuldades que o estado enfrenta na questão de investimentos nos municípios. A falta de recursos é visível nas áreas essenciais, como Saúde, Educação, Infraestrutura e Segurança Pública. Destacou que recebe diariamente prefeitos e lideranças do interior que reclamam a angústia em que vivem os municípios. Citou como exemplo a falta de autonomia dos prefeitos em relação aos Consórcios Intermunicipais, já que o governo não liberou ainda as máquinas para a recuperação de estradas, conforme acordo anterior.
No semestre passado, Riva atendeu uma comitiva do Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Cuiabá reclamando a falta dessa autonomia. À época, o presidente do consórcio, Valdecir Kemer (prefeito de Jangada), há sete meses sem máquinas para a recuperação de estradas estaduais, disse que a população dos municípios mato-grossenses padece com ruas deterioradas por conta do período chuvoso e prefeitos reclamam a “perda de tempo” do Governo do Estado, que não libera as máquinas para aproveitar o período de estiagem e realizar os serviços. As prefeituras, ainda, amargam as dificuldades financeiras para conseguir manter funcionando os serviços essenciais, por causa da escassez dos recursos.