O presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), credita o baixo número de renúncias de deputados a sensação de impunidade em Brasília. “O número é pequeno porque muitos acreditam que os processos não avançarão”, disse ele.
Dos 69 deputados investigados pela CPI, apenas dois renunciaram: Coriolano Sales (PFL-BA) e Marcelino Fraga (PMDB-ES), sendo que este último o fez apenas cinco minutos antes do prazo final. O prazo encerrou à 0h desta terça-feira.
Hoje, o Conselho de Ética da Câmara instaurou hoje os processos disciplinares contra os deputados citados e, por isso, os parlamentares não podem mais evitar a abertura de processo por quebra de decoro, a possível cassação do mandato e a perda de parte dos direitos políticos – inclusive a possibilidade de candidatura.
Nesta segunda-feira, Biscaia aproveitou ainda para elogiar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de negar o mandado de segurança de um grupo de onze deputados, que denunciou não terem tido tempo para apresentarem suas defesas. “Temos de considerar que o processo é um avanço. O importante é a mobilização da sociedade e não permitir a impunidade”, afirmou Biscaia.
O presidente elogiou ainda a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro que decidiu impugnar os pedidos de candidatura a três deputados: Laura Carneiro (PFL), Fernando Gonçalves (PTB) e Elaine Costa (PL). Na opinião de Biscaia, iniciativas semelhantes deveriam ser tomadas pelos demais TREs.
Ainda hoje, membros da CPI dos Sanguessugas se reúnem para decidir sobre um novo depoimento do empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos sócios da Planam. O intuito é prestar explicações sobre o envolvimento de Antero Paes de Barros.(PSDB-MT) “Não é possível que a cada momento ele aponte diferentes nomes, ora para denunciar, ora para inocentar”, afirmou.