Os deputados federais Wellington Fagundes (PR-MT) e Giovanni Queiroz (PDT-PA) destacaram o projeto de ferrovia que liga os estados de Mato Grosso e Pará durante pronunciamento na Câmara Federal.
O parlamentar mato-grossense argumentou que o traçado ferroviário proporcionará o desenvolvimento de regiões produtivas dos dois estados.
“A construção da ferrovia vai sair de Água Boa (MT), ligando ao Pará uma região onde teremos, nos próximos três anos, mais de três milhões de hectares disponíveis para produção, entre os dois estados. É uma área que não precisa derrubar nenhuma árvore, são todas elas já de pastagem ou áreas degradadas e que podem muito ajudar o Brasil”, disse o deputado.
Wellington Fagundes também lembrou a reunião com o ministro dos Transportes, César Borges, realizada no último dia 15, onde o deputado estadual José Riva (PSD), idealizador do projeto de ferrovia, apresentou a proposta ao governo federal, acompanhado de comitiva mato-grossense que contou com a presença do governador Silval Barbosa (PMDB), senador Jayme Campos (DEM) e de deputados federais e estaduais.
“Quero parabenizar todos os deputados estaduais do meu estado, liderados pelo Riva, junto com a bancada federal, porque é uma obra extremamente importante para alavancar o desenvolvimento daquela região e melhorar ainda mais a balança comercial do Brasil, já que o agronegócio tem sido a grande mola propulsora, principalmente para o superávit”, argumentou.
Pouco antes, o deputado Giovanni Queiroz havia utilizado o grande expediente da sessão para abordar o projeto de ferrovia.
“Quero dar uma boa notícia, principalmente ao sul do Pará e a todo o estado. Recebi proposta de Mato Grosso para a construção de uma ferrovia, que sairia de Água Boa, subindo 600 km até a divisa com o Pará, passando pelo município de Santana do Araguaia, pelo povoado de Casa de Tábua e depois, por Redenção, Rio Maria, Xinguara, Sapucaia, Eldorado, Marabá e para o Porto do Conde e de Espadarte. São 1,6 mil km. Essa região está explodindo em crescimento”, enalteceu.
O deputado federal paraense lembrou que a fronteira agrícola de Mato Grosso avança para o Estado do Pará, em terras já antropizadas. “Vão aproveitar áreas abertas há 40 e 50, hoje com dificuldade na produção pecuária, planas, propícias ao plantio de soja, milho, arroz. Lá, nós vamos ver crescer. De 50 mil hectares mecanizados, que tivemos no ano passado, este ano já vai para 100 mil hectares, no ano que vem, 200 mil hectares e no máximo em dez anos, teremos um milhão de hectares produzindo soja, milho, arroz e grãos naquela região. Ou seja, nós vamos sair daquela pecuária, que gera pouco emprego e renda, para uma atividade agrícola, que sem dúvida nenhuma, rende cinco, seis, oito vezes mais e emprega na mesma proporção. Essa região é o novo eldorado do Brasil e precisa dessa ferrovia”, argumentou.
Sobre o porto de Espadarte, que fica no município de Curuçá, ao norte do estado do Pará, Giovanni Queiroz pontuou que será o terceiro maior porto do mundo em termos de recebimento de navios de grande calado, para longo curso. “É um negócio extraordinário. A Vale do Rio Doce já comprou, inclusive uma área retroporto, de três mil hectares. Nós temos que levar para lá estaleiros para a produção de grandes embarcações capazes de atender essa demanda internacional de transporte de grãos e de riqueza que temos”.
FERROVIA – O projeto de ligação ferroviária MT/PA foi elaborado no gabinete do deputado Riva, com traçado partindo de Água Boa até Barcarena, no nordeste paraense. Também é analisada a possibilidade da ferrovia seguir do município mato-grossense até Marabá, no sudeste do Pará, dando acesso a ferrovia do aço e de lá ao porto de Itaquí no Maranhão. A ligação seria viabilizada com a construção de dois ramais, um até o porto de Vila do Conde (Barcarena) foz do rio Amazonas e outro até o porto de Espadarte (em Curuçá), porto de mar, que está em projeto de implantação. Lideranças políticas e empresariais de Sorriso solicitaram a inclusão do município na ferrovia por meio de um ramal.
Ao todo, mais de 20 municípios de Mato Grosso e Pará serão beneficiados com o traçado ferroviário.
“Mato Grosso não pode ficar preso a um modelo nacional de ferrovia, por isso a importância de um projeto próprio devido a sua dimensão territorial e capacidade de produção. O traçado ferroviário será viabilizado e vejo nesse projeto a grande redenção do sul do Pará que é forte em minério e da região Araguaia de Mato Grosso, que é uma das maiores áreas disponíveis para a produção de grãos do mundo”, salienta Riva.