O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) Eduardo Botelho e o deputado estadual Mauro Savi (ambos do PSB) são apontados como líderes da organização criminosa que funcionava no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), conforme consta no pedido de prisões temporárias, e de buscas e apreensões formulado pelo Ministério Público Estadual (MPE), no âmbito da operação Bereré.
A afirmação foi feita com base na delação premiada do ex-presidente da autarquia entre 2007 e 2013, Teodoro Moreira Lopes, o “Dóia”. Conforme adiantado pelo Gazeta Digital, o acordo de colaboração está homologado desde setembro de 2016 e vinha sendo negociado desde o final de 2015.
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Na delação de Dóia, ele relata que Savi e Botelho eram os destinatários finais das propinas pagas e que Botelho também era um dos atravessadores pelos quais o dinheiro chegava até o colega parlamentar.
De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), o repasse de propina era realizado por meio de pagamentos por parte da FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda. a diversas empresas de fachada, muitas delas ligadas a “laranjas”, assessores de deputados estaduais, dentre outros particulares. A FDL é a concessionária que detém o serviço de registro de gravame junto ao Detran. Para conseguir contratar tantas empresas “fantasmas”, o Detran e a FDL fizeram sucessivas alterações no contrato.
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Outro lado
Procurados pelo Gazeta Digital, Mauro Savi e Eduardo Botelho, por meio de assessoria de imprensa, afirmaram que somente se manifestarão sobre o caso em coletiva de imprensa a ser realizada na terça-feira (20).
Teodoro Lopes falou com a reportagem por telefone, mas evitou dar declarações sobre sua delação, se limitando a dizer que falará sobre o caso no momento oportuno e que, desde que deixou o Detran, nunca mais teve contato com os políticos investigados.
Fonte : GazetaDigital