A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Frigoríficos espera finalizar os trabalhos até a próxima semana com o relatório conclusivo sendo encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPE). Para cumprir o cronograma, a CPI realizou a última reunião ordinária do ano, quando na ocasião ouviu o diretor de relações internacionais da JBS, Francisco de Assis e Silva.
 
Na oportunidade o presidente da Divisão de Carnes no Brasil JBS/S.A, Renato Menezes Costa, também participou da oitiva com esclarecimentos sobre dados da pecuária em Mato Grosso. Antes de encerrar o relatório, os membros da CPI pretendem agendar uma reunião com a equipe técnica do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, para mostrar as propostas e sugestões de melhorias para o setor.
 
O presidente da CPI, deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), Nininho, afirmou que o depoimento do diretor do grupo JBS foi importante para esclarecer alguns pontos que ainda estavam pendentes, e principalmente, para a reabertura de plantas frigoríficas, gerando empregos e economia às regiões mais afetadas com o fim das atividades do segmento.
 
Temos a realidade bem clara do fechamento de algumas plantas, mas esta CPI é propositiva e vai possibilitar mudança no quadro dos frigoríficos em Mato Grosso. Entendo, que o depoimento do representante da JBS vai ajudar na conclusão dos trabalhos, previstos para a próxima semana, destacou o deputado.
 
De imediato o representante do grupo JBS respondeu apenas perguntas relacionadas à peças administrativas, sendo que, a jurídica se absteve. Ele foi taxativo quando afirmou que a empresa não tem interesse de deixar o estado, e que o objetivo da JBS é ampliar os negócios na pecuária mato-grossense.
 
Precisamos ter segurança jurídica com as ações trabalhistas, que hoje estão impossibilitando novos investimentos. Para reerguermos o setor necessitamos de três coisas: rebanho, consumo e segurança jurídica, afirmou Francisco de Assis.
 
Considerada uma mais aguardadas entre todas as 30 oitivas, a reunião de hoje demonstra que a CPI trabalha para recuperar as plantas fechadas em Mato Grosso nos últimos anos, Nininho lembrou o trabalho desenvolvido pela equipe técnica da Comissão, quando realizou um levantamento sobre o plantel bovino de cada região e identificando as plantas que têm possibilidade de retorno as atividades.
 
Nessas áreas de fechamento das plantas o impacto de desemprego afetou expressivamente a economia. Já temos a garantia da reaberturas das plantas em Brasnorte, Várzea Grande, Nova Xavantina e Tangará da Serra, mas estamos otimistas com a possibilidade de  antigos proprietários reaver suas plantas, falou Nininho.
 
O presidente da CPI explicou também que os membros da comissão cobraram uma participação mais intensa pelo Indea para recadastramento dos animais no estado.  
Intensificando os trabalhos vai possibilitar um controle maior sobre o rebanho total de Mato Grosso. Não queremos cometer injustiças com os pecuaristas, porque hoje há suspeita sobre os reais números do plantel bovino, disse ele.
 
Também foram questionadas sobre as regiões mato-grossenses que apresentaram evolução no comércio pecuário, onde o diretor da JBS apontou a região norte (Juara, Juína, Colider e Alta Floresta) e Vale do Araguaia.
 
A região Norte e o Vale do Araguaia, têm surpreendido nos negócios e vamos voltar aos investimentos, há ainda a planta de Brasnorte que a JBS pretende voltar a investir com a ajuda dos trabalhos da CPI, planeja Francisco de Assis.
 
Para o relator da CPI, deputado José Domingos Fraga (PSD), os trabalhos da Comissão proporcionam mais transparência para recuperar o setor no Estado. Temos que dar segurança maior no Estado para novos investidores e os primeiros resultados já estamos mostrando com a reabertura de plantas que estavam fechadas, revelou ele.
 
Além do presidente da CPI  e do relator José Domingos Fraga, também participaram da oitiva os deputados Wagner Ramos (PSD), Pedro Satélite (PSD) e Eduardo Botelho (PSB).
 
A próxima reunião ordinária para votação do relatório final da CPI será realizada no dia 13/12, às 09h00, na sala de comissões (202) ALMT.