Uma em cada três crianças brasileiras, com idade entre cinco e nove anos estão com o peso acima do ideal. É o que mostra o levantamento realizado pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS). A pesquisa revela ainda que, entre os jovens de 10 a 19 anos, um em cada cinco apresenta excesso de peso. E o resultado de toda essa matemática é que o problema, ou seja, a obesidade, afeta 1/5 da população infantil. Especialistas consideram que as consequências podem ser ainda maiores, resultando em uma geração futura de obesos, hipertensos e diabéticos, com riscos cardiovasculares, renais, cerebrais e outras doenças.
Em razão disso, a obesidade, que é considerada um problema de saúde pública mundial, volta a ser discutida na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, onde tramita o Projeto de Lei Nº 548/2012 de iniciativa do primeiro-secretário, deputado estadual Mauro Savi (PR), que institui o “Programa Nutricional Preventivo da Obesidade Infantil”. O intuito, segundo o parlamentar, é promover hábitos de vida saudável entre alunos, visando à necessidade de alimentação equilibrada e a prática regular de atividade física.
De acordo com a proposta, fica o Estado responsável por designar profissionais da área nutricional para implantação do programa em questão, além de ser avaliado a cada três meses por médicos pediatras da Secretaria de Estado de Saúde. “A obesidade é uma doença perigosa e se não for combatida preventivamente poderá se agravar na fase adulta do ser humano, provocando uma imensa quantidade de mortes prematuras”, alertou Savi.
Na justificativa do projeto, o deputado ressalta o artigo 196 da Constituição Federal de 1.988 que diz que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Savi argumenta que para estimular hábitos mais saudáveis entre as crianças são necessárias ações e políticas públicas para impor critérios tanto para a alimentação em cantinas de escolas, quanto para barrar à divulgação de determinados alimentos, neste caso, não recomendável às crianças.
São vários os fatores que levam a criança a esse estágio e entre eles estão as mudanças no padrão alimentar, a redução da prática de atividades físicas nas horas de lazer e diferente hábitos durante as refeições como comer assistindo televisão. E, na opinião do deputado a única maneira de reduzir esse índice considerado alarmante é a prevenção.
“O Poder Público não pode ficar indiferente. Programas para esclarecer, alertar e educar a população infantojuvenil sobre a importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis são urgentes e inadiáveis diante da realidade”, disse o deputado ao garantir que disponibilizar de nutricionistas para elaborar programas nutricionais, além de acompanhar a evolução do peso de cada criança, são procedimentos de fácil execução e baixo custo.
Otimista, o deputado afirma que medidas como essa (Programa Nutricional Preventivo) irão melhorar a qualidade de vida, a saúde e a autoestima de milhões de crianças e jovens. Ele acredita que dessa maneira é possível evitar inúmeras doenças, gastos imensuráveis, além de uma quantidade considerável de mortes prematuras.
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