O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP) aproveitou as discussões ambientais que vêm ocorrendo esta semana com o XIV Katoomba Meeting Brasil 2009, para reforçar a cobrança da implantação em Mato Grosso, do sistema Voisin – lê-se ´voazam´.
De acordo com Riva, hoje não há um método mais eficaz na redução do desmatamento e ganho tanto na pecuária como na agricultura. “Esse sistema vai melhorar tecnologicamente a questão da pastagem ostensiva, melhorando a qualidade de vida das pessoas”, afirmou.
O Voisin é um modelo ultraintensivo de rotação de pastagens, em piquetes de área bastante reduzida (1 ha), que servem de pastagem, sucessivamente, para o gado, durante períodos bastante curtos, de um dia ou menos. “O gado cresce com mais qualidade e rapidez, num espaço menor, porém de excelente pasto”, reforçou.
Entretanto, Riva afirmou que a demora na definição de recursos para implantar o Voisin, não contribui para a redução do desmatamento. “Se é uma coisa na prática tão boa, por que o Governo Federal não disponibiliza recursos para isso”, indagou. “Existe uma barreira enorme para incluir o Voisin no Fundo da Amazônia“.
De acordo com o presidente, as legislações ambientais já são extremamente rígidas e atende os problemas enfrentados no estado. “Para criar um fundo para financiar políticas preservacionistas, nós já temos uma boa legislação ambiental, basta que essas leis sejam cumpridas. Precisa ter um programa de incentivo para investir nessa tecnologia do Voisin”, argumentou.
Com esse sistema de ocupação de pasto, os custos inseridos na formação de pastagens serão menores. “Ao desmatar 50 hectares, formar o pasto e colocar a cerca, são gasto em torno de R$ 50 mil, para fazer o sistema Voisin nesses mesmos 50 ha, e quadruplicar o tamanho do rebanho, são gastos no máximo R$ 30 mil”, informou Riva.
A contribuição do Voisin para o combate ao desmatamento em Mato Grosso é que haverá uma ocupação da agricultura nas áreas de pasto que serão inutilizadas. Hoje a pecuária ocupa 24 milhões de hectares do território de Mato Grosso, contra 7 milhões da agricultura. “Com a implantação, Mato Grosso poderá colocar 10 milhões de hectares para a agricultura, avançando sobre as áreas de pasto, mas com investimento em tecnologia, otimizando a pecuária. Não vamos reduzir a quantidade de gado e, sim, ampliar o rebanho em pastos qualificados”, ressaltou.
O deputado ainda sugeriu maior celeridade para a definição de recursos para a implantação desse programa. “Aliás, a pecuária no Brasil é relegada a segundo plano, os pecuaristas estão jogados a própria sorte. Não existem políticas públicas para a pecuária e vai chegar um momento em que, se não for dado um grito de alerta, não teremos para quem vender o boi”, alertou.
