domingo, 22/12/2024
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Deputado quer regulamentação do pinhão-manso em MT

BIODIESEL X EMPREGO E RENDA Levando em consideração a demanda mundial crescente por combustíveis não fósseis, a nova Legislação Federal e Estadual sobre o biodiesel e meio ambiente e a necessidade da criação de alternativas economicamente sustentáveis de agronegócio, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Ricardo (PR), apresentou projeto de lei que regulamenta o cultivo, processamento e comercialização do pinhão-manso em Mato Grosso.

O pinhão-manso, conhecido cientificamente com jatropha curcas, é uma oleaginosa de alto potencial de inclusão social e de geração de emprego e renda na cadeia produtiva do biodiesel, devido à maturação desuniforme dos seus frutos ao longo do ano, e utiliza de forma intensiva da mão de obra familiar. “Um casal zela e colhe frutos de cinco hectares durante todo o ano. Então, a cada 1.000 hectares, 200 famílias serão empregadas somente no campo” esclarece o autor do projeto, deputado Sérgio Ricardo.

De acordo com o parlamentar a sustentabilidade que a cultura do pinhão-manso proporciona ao pequeno produtor garante rendimentos mensais, auxiliando na fixação do homem no campo. A alta aptidão da planta para o cultivo, em qualquer tipo de terreno, é ideal aos pequenos produtores rurais – assentados, ribeirinhos, quilombolas, indígenas, parceleiros e meeiros – devido à ínfima utilização de máquinas e uso intenso de mão de obra braçal.

O projeto do presidente da AL está cumprindo pauta e deve ir à votação na sessão ordinária dessa terça feira (22), que terá início às 17 horas. “Nosso objetivo, além de promover um desenvolvimento sustentável e ecologicamente viável a Mato Grosso, é gerar emprego e renda através do cultivo dessa oleaginosa e impulsionar a economia mato-grossense através da extração de óleo para a produção do biodiesel”, justifica Sérgio Ricardo ao ressaltar que o estado possui todas as características consideradas necessárias para a produção de biodiesel através de plantas oleaginosas.

PINHÃO-MANSO – É uma espécie nativa da América Central e seu cultivo econômico racional não resulta em dano ambiental por ter se adaptado facilmente em território brasileiro. Além disso, tem uma vantagem dentre outras plantas oleaginosas: é a única com ciclo produtivo que se estende por mais de 40 anos.

O vegetal se adapta perfeitamente às condições climáticas de Mato Grosso (com estação de chuvas definidas) e tem capacidade produtiva em solos de baixa fertilidade. Como espécie perene, contribui com a conservação do solo ao cobri-lo com uma camada de matéria seca, reduzindo, dessa forma, a erosão e a perda de água por evaporação, evitando enxurradas e enriquecendo o solo com matéria orgânica decomposta.

VANTANGENS – O rendimento do óleo da semente do pinhão-manso é algo em torno de 2000 mil/litros por hectare/ano, quanto que outras culturas como a mamona tem (500 ha/ano) e a soja (379 ha/ano). O agricultor não terá necessidade de fazer o replantio, reduzindo, com isso, significativamente o custo de produção. A mamona, por exemplo, que produz um óleo com uso em mais de 400 produtos da indústria química, precisa ser replantada a cada um ou dois anos – a depender da quantidade de chuvas.

Estudos da Embrapa comprovam que o óleo de pinhão-manso tem 83,9% do poder calorífico do óleo diesel. Se o óleo de pinhão manso for usado como substituto do diesel, o consumo será 16,1% maior. Num motor diesel, para gerar a mesma potência, o consumo de óleo do pinhão manso foi 20% maior, o ruído mais suave e a emissão de fumaça, semelhante.

Além disso, a torta que resta é um fertilizante rico em nitrogênio, potássio, fósforo e matéria orgânica. Desintoxicada, a torta pode também ser transformada em ração, como tem sido feito com a torta de mamona. E a casca dos pinhões pode ser usada como carvão vegetal e matéria-prima na fabricação de papel.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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