Em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados, o deputado Pedro Henry (PP-MT) voltou a negar as denúncias de que teria apresentado emendas para beneficiar o esquema da máfia das ambulâncias, coordenado pela empresa Planam. O deputado disse que a Blazer DLX, comprada pelo sócio da Planam Luiz Antônio Vedoin, foi somente emprestada. Pedro Henry destacou que o veículo foi devolvido antes de deflagrada a Operação Sanguessuga, da Polícia Federal.
O Conselho de Ética ouve neste momento o deputado Pedro Henry, acusado pelo empresário Luiz Antônio Vedoin de participar do esquema de fraudes investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas.
Vedoin acusou o deputado de direcionar recursos, em 2001 e 2002, para a compra de ambulâncias da Planam na região oeste de Mato Grosso. Segundo o empresário, a título de pagamento de comissão, entregou a Henry um veículo Blazer DLX, ano 2001/2002, zero km, no valor R$ 48 mil.
Posteriormente, em depoimento no Conselho de Ética, o empresário negou que tivesse pago propina ao deputado e explicou que o carro que comprou para o parlamentar foi uma “ajuda de campanha”. Também destacou que nenhuma das emendas de Henry que poderiam beneficiá-lo foi executada.
O relator do processo contra Pedro Henry é o deputado Mussa Demes (PFL-PI).
Acusação
O empresário Luiz Antônio Vedoin afirma ter conhecido o deputado Pedro Henry (PP-MT) em 2000. Diz que não chegou a fazer acordo de comissão fixa com o parlamentar, mas se comprometeu a ajudá-lo, sempre que necessário, em troca do direcionamento de licitações.
Em 2001 e 2002, Henry teria direcionado recursos para a compra de ambulâncias da Planam na região oeste de Mato Grosso. Segundo Vedoin, o contato com os prefeitos para acertar as fraudes nas licitações teria sido realizado pelo próprio deputado.
Vedoin informou que, a título de pagamento de comissão, comprou e entregou a Henry um veículo Blazer DLX, cor prata, ano 2001/2002, zero quilômetro, adquirido na concessionária Gramarca, em Várzea Grande, por R$ 48 mil. O veículo teria sido financiando em seu próprio nome.
O pai de Luiz Antônio, Darci Vedoin, declarou que, entre 2005 e 2006, Henry vendeu o veículo e restituiu à Planam o valor correspondente à compra.
Defesa
Pedro Henry destaca que, no depoimento à CPMI das Sanguessugas, Luiz Antônio Vedoin teria afirmado que o veículo Blazer foi uma ajuda de campanha para o parlamentar. “O que eu fiz para o deputado Pedro Henry foi uma ajuda de campanha, na qual emprestei uma camionete e ele me devolveu. Foi vendida, e o dinheiro foi depositado na minha conta”, disse Luiz Antônio, segundo a defesa.
Henry também ressalta que Darci Vedoin declarou à Justiça Federal em Mato Grosso que “não foi acertada com o parlamentar nenhuma comissão”.
Quando a Gilson dos Santos, Pedro Henry informa ser seu amigo “há muito tempo”. Segundo o deputado, ao questioná-lo sobre o dinheiro recebido da Planam, foi informado de que os depósitos, no valor de R$ 35 mil, referiram-se a um serviço de consultoria de engenharia prestado por Santos à empresa, em razão da construção de sua sede.
O parlamentar anexou à sua defesa o Contrato de Prestação de Serviços de Gerenciamento de Projeto e Construção realizado entre Santos e a Planam e também uma declaração de Imposto de Renda onde constam os valores recebidos da Planam por Santos – sobre os quais foram recolhidos os devidos impostos.
Pedro Henry também afirma que todas as emendas ao Orçamento que direcionou à área de saúde “atestam, por si só, o mais absoluto distanciamento de qualquer ação duvidosa ou que possa induzir a suposições de conluio”.
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