O primeiro secretário da Assembleia
Legislativa (AL) e um dos interessados em assumir a vaga aberta no Tribunal de
Contas do Estado (TCE), Guilherme Maluf (PSDB), não descarta a abertura de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para investigar as supostas
denúncias contra os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), feitas
pelo ex-secretário de Estado Pedro Nadaf em seus depoimentos e colaborações
premiadas feitas junto ao Ministério Público.
“O que eu sei também que
há informações de que o ex-governador Silval estaria ratificando essas
denúncias. Vai ter que ser investigado. Existem deputados que estão defendendo a
apuração por uma comissão parlamentar de inquérito. Ainda não está consolidada
essa posição em nível de AL, mas é uma denúncia com cifras muito grandes, na
ordem de 50 milhões, repassados alguns conselheiros. Eu solicitei copia da
denuncia do Pedro [Nadaf] para saber se não é só uma leviandade por parte do
ex-secretário ou se tem consistência antes de me posicionar sobre uma possível
CPI. Se tiver consistências, e for ratificado pelo Silval, acho que nós temos
que apurar isso aí”, disse Guilherme Maluf, atual secretário do Legislativo,
durante entrevista a rádio Capital FM, nessa quarta-feira (07).
Para o
parlamentar essas denúncias também inviabilizam qualquer tentativa de indicação
à vaga aberta na Corte de Contas. “Não acredito que vai ter disponibilização de
vaga pro Tribunal de Contas nesse momento ou num curto momento no nosso estado
em função de todas essas denúncias agora envolvendo o próprio Tribunal,
provavelmente deve haver apuração bem mais profundas”, explicou.
De
acordo o depoimento de Nadaf ao Gaeco, seis conselheiros teriam recebido cerca
de R$ 50 milhões em propinas para aprovar as contas do ex-governador Silval
Barbosa (PMDB), em 2015.
O atual presidente do TCE, conselheiro Antônio
Joaquim, disse que não existe nenhuma denúncia ou documento oficial sobre
pagamentos de propina aos conselheiros.
“O que existe é um vazamento de
um suposto documento que seria uma delação do ex-secretário Pedro Nadaf que
acusaria os conselheiros de recebimento de propinas. Mas até agora não vi nada
oficial. O que tem de oficial é que o TCE recebeu uma denúncia anônima sobre
isso, que o TCE investigou e depois arquivou porque não encontrou nada. E digo
mais, o TCE teve a coragem de enviar a denúncia e a investigação aos Ministérios
Públicos Federal e Estadual. Porque não tememos nada e entendemos que os dois
órgãos é que poderia aprofundar nas denúncias”, afirmou.
Com Diário de Cuiabá