quinta-feira, 21/11/2024
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Denúncias reafirmadas

O empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da Planam e um dos líderes do esquema fraudulento de venda superfaturada de ambulâncias, reafirmou ontem à CPI das Sanguessugas, em Brasília, as acusações feitas anteriormente contra os três senadores investigados no caso – Ney Suassuna (PMDB), Magno Malta (PL) e Serys Slhessanrenko (PT), candidata ao governo de Mato Grosso.

Sobre Serys, ele aconselhou à CPI a pedir a quebra do sigilo bancário de Paulo Roberto, genro da senadora, a quem ele diz ter pago, em troca de emendas ao orçamento, R$ 35 mil em dinheiro.

“Não sei se a polícia já o fez”, disse o senador Romeu Tuma (PFL/SP), corregedor do Senado, sobre a sugestão. “Temos de fazer a ligação do dinheiro com a senadora. Recebeu em nome de quem e por que”. A parlamentar nega as acusações.

Para o presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ), o depoimento mostrou que há provas suficientes para incriminar a maior parte dos parlamentares suspeitos de envolvimento com o esquema.

“Para mim, foi uma confirmação da prova que já é suficiente para responsabilizar um elevado número de parlamentares. Eu acho que isso é inquestionável, mas não posso agora dizer exatamente quantos são”, apontou o deputado. “O depoimento foi elucidativo, detalhado, firme e verossímil”.

As possíveis revelações de Vedoin no novo depoimento dão conta de que, com o “mercado” saturado de ambulâncias, os sanguessugas buscavam, nos mesmos moldes, outros nichos orçamentários para se estabelecer. De acordo com o empresário, o esquema de fraudes já havia começado a migrar para projetos de inclusão digital do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

A informação foi confirmada pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que acompanhou as sete horas de depoimento concedidas por Vedoin ontem. “(Vedoin) iria começar a atuar no Programa de Inclusão Digital, quando o esquema foi descoberto”, disse Delgado, à Agência Brasil.

O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS/PE), informou que Luiz Antônio revelou estar a Planam enfrentando concorrência de outros esquemas fraudulentos, que atuavam nos mesmos ministérios cobiçados pela empresa.

“Em alguns Estados, nós não encontramos a Planam. Ele nos disse que era porque havia atuação de outras empresas. Uma não entra no mercado da outra”, relatou Jungmann, que relevou que, em seu Estado, uma dessas empresas seria a KM, com atuação no MCT.

O teor das denúncias levou o ministério a emitir nota oficial, na qual informa que o programa de Inclusão Digital está suspenso desde o dia 10 de maio, quando surgiram as primeiras suspeitas. ”O programa foi suspenso por determinação do próprio MCT (…) Nenhum dos projetos de inclusão digital executados teve a participação da empresa Planam”, diz um trecho.

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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