O número de denúncias de violência contra homossexuais no Brasil praticamente triplicou no último ano, passando de 1.159 em 2011 para 3.084 em 2012, segundo um balanço divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência.
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Outro número que registrou aumento foi das vítimas da chamada violência homofóbica, com 4.851 em 2012, uma média de 131,3 vítimas por dia, frente às 1.713 de 2011, quando a média foi de 4,69 vítimas por dia.
Segundo o estudo, entre as vítimas da violência homofóbica em 2012, 60,5% eram homens e 37,6 mulheres. Desses números, 60,5% tinham entre 15 e 29 anos e 51% conheciam o agressor.
As agressões contra homossexuais que mais cresceram entre 2011 e 2012 foram as psicológicas, com um salto de 83,2%, as discriminações (74,1%) e as físicas (32,68%).
No ano passado, 310 homossexuais foram assassinados por conta da opção sexual, o que representa uma alta de 11,5% em 2012 com relação ao ano anterior.
O relatório foi elaborado com base nas denúncias sobre violência por opção sexual recebidas por órgãos públicos, principalmente uma central telefônica habilitada pela Presidência.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, esclareceu que, por se tratar de uma estatística que só começou a ser medida em 2011, não é possível dizer se realmente aumentou a violência contra os homossexuais ou apenas a confiança dos brasileiros nos canais oficiais para denunciá-la.
Segundo o mesmo relatório, enquanto em 2011 41,9% das denúncias foram feitas pelas vítimas e 26,3% por terceiros, no ano passado 10,5% dos denunciantes eram as vítimas e 47,4% terceiros.
Na cerimônia em que foi apresentado o relatório, que contou com a participação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e da ministra da Secretaria Especial para as Mulheres, Eleonora Menicucci, vários presentes falaram sobre a violência homofóbica, usando como exemplo um projeto de lei discutido no Congresso que prevê a chamada "cura gay".
Trata-se de uma iniciativa de parlamentares ligados à bancada evangélica que, na semana passada, foi aprovada em primeira votação pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados e que pede que os psicólogos ofereceram tratamentos para "curar" os homossexuais.
O colégio de psicólogos do Brasil proíbe tal tratamento por considerar que a homossexualidade não é uma doença.
"É inaceitável que o homossexualismo (sic) seja tratado como uma doença", afirmou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos ao respaldar as críticas.