Por decisão da Justiça, o cenário nos governos estaduais pode ser modificado até o próximo ano. Isso porque os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devem julgar as denúncias contra pelo menos oito governadores acusados pelo Ministério Público ou por adversários políticos de crimes como compra de votos, abuso de poder politico e econômico e uso da máquina administrativa na campanha. A notícia é do jornal “Correio Braziliense”.
Dos oito governadores que terão seu futuro decidido pela Justiça, três são do PSDB, dois são do PMDB, além dos acusados do PT, PDT e PPS, com um governador cada.
De acordo como jornal Correio Braziliense, os casos que mais preocupam as cúpulas dos partidos são o de Ivo Cassol (PPS-RO), que será julgado em processo separado pelo mesmo crime eleitoral que provocou a condenação, no TRE de Rondônia, do senador Expedito Junior (PR-RO), que foi cassado, mas recorreu, e o do tucano Cássio Cunha Lima (PB), que foi denunciado pelo MPE porque teria distribuído R$ 4,5 milhões, no início do ano eleitoral por meio de 30 mil cheques emitidos pela Fundação Ação Comunitária (FAC), órgão do governo estadual, e pagos com recursos do Fundo Estadual de Pobreza.
Segundo os procuradores, os crimes seriam suficientes para desequilibrar o resultado da eleição. A cúpula tucana não está comentando o assunto, mas a possibilidade de perder governadores deve entrar na pauta da agenda nacional do partido na próxima semana.
Além desses, também esperam decisão da Justiça os governadores Teotônio Vilela Filho (PSDB-AL), Ottomar Pinto (PSDB-RR), Jackson Lago (PDT-MA), Marcelo Déda (PT-SE), Marcelo Miranda (PMDB-TO) e Luiz Henrique (PMDB-SC).
Se todos os governadores acusados tiverem seus mandatos cassados, a Justiça eleitoral ainda terá de decidir, em cada caso, se convocará novas eleições ou se o segundo colocado no pleito poderá assumir. Caso a segunda opção fosse escolhida, o PMDB perderia dois executivos estaduais – um em Santa Catarina e outro no Tocantins -, mas poderia assumir o poder na Paraíba e no Maranhão, caso o governador Jakson Lago, do PDT, seja condenado.
Mesmo que os dois governadores peemedistas sejam condenados, o partido manteria o poder, já que continuaria dirigindo sete Estados. Já o PT corre o risco de perder o governo de Sergipe, mas pode abocanhar o governo de Rondônia, no caso da saída de Ivo Cassol.
Mas a dança das cadeiras ainda pode ser maior: além desses pedidos de cassação de diploma, correm, em sigilo, nos TREs processos de impugnação de mandato contra outros governadores.
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