A Justiça Trabalhista fechou ainda mais o cerco à relação entre Guarani e o Grupo Magnum. Diante de uma denúncia de que as partes mantêm uma parceria, só que com a utilização de uma terceira empresa (os dois negam que haja relação), a juíza Ana Claudia Torres Vianna manteve a postura incisiva em despacho divulgado nesta semana. De acordo com o documento, a magistrada inclui todas as corporações lideradas por Roberto Graziano no pólo passivo do Bugre e solicita a retenção do valor pago pelo empresário no leilão realizado em novembro, na sede da Justiça Federal, em São Paulo. A quantia de R$ 44,4 milhões usada para arrematar o Estádio Brinco de Ouro ainda não foi devolvida.
A certeza (por parte da Justiça) de que Guarani e Magnum formam um grupo econômico ativo fez a magistrada intensificar o processo de investigação. Agora, todas as empresas ligadas a Graziano também ficam corresponsáveis pela dívida trabalhista bugrina, que chega a R$ 68 milhões atualmente. Além disso, o empresário não terá acesso aos R$ 44,4 milhões pagos em 27 de novembro pelo Brinco de Ouro, em leilão na Justiça Federal. O valor continuará retido, segundo a juíza, até que haja uma decisão definitiva quanto à parceria entre as partes.
– Consigno que não haverá liberação de valores até que haja decisão definitiva quanto à existência do grupo econômico. Acrescento que, havendo arrematação dos imóveis referente às matrículas e transcrição que constituem o estádio do Brinco de Ouro em hasta, os valores ora solicitados serão restituídos a seu titular – escreveu a juíza em despacho.
O presidente Horley Senna duvida que haverá uma oferta no próximo leilão, justamente pelos problemas que envolvem Guarani, Justiça (Federal e Trabalhista) e Magnum. O mandatário bugrino entende o despacho como "conflito de competências" entre as duas esferas judiciais e aposta em novos capítulos da história.
Segundo o cartola, o grupo de Roberto Graziano entrou com um agravo de instrumento para reaver a quantia rapidamente. A mesma postura foi adotada pelo leiloeiro, responsável pelos trâmites do processo.
– Uma está anulando e outra quer o dinheiro que foi aplicado lá para pagar os credores (trabalhistas). Essa decisão vem mostrar que a situação está complicada. Até hoje tem recurso correndo apesar da anulação. Existe um conflito de poderes. Quem se arriscar a dar um lance (no próximo leilão), tem que saber que tem problema na Justiça. Se quem pagou quase R$ 50 milhões está com o dinheiro parado, quem der R$ 126 milhões vai ter que esperar por um bom tempo – afirmou Senna, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
GloboEsporte