sábado, 23/11/2024
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Denúncia contra Renan cria tensão no Congresso

A reportagem publicada pela revista Veja que acusa o presidente do Senado Renan Calheiros(PMDB-AL) de ter suas despesas pessoais financiadas pela construtora Mendes Júnior, representa um risco potencial à base política.Para o cientista político Rogério Schmitt, a crise acende um ´alerta amarelo´ no cenário político por ser ´a crise mais grave do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva´.

Caso as denúncias da matéria assinada pelo jornalista Policarpo Júnior forem comprovadas, poderá levar o senador a perder o cargo e até mesmo o mandato. Por menos que isso, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA) renunciou à presidência do Senado e ao mandato quando foi acusado de ter violado o painel de votações eletrônicas sigilosas do Senado.

O cientista político não descarta que o senador Renan Calheiros sofra algum processo de afastamento do cargo, o que poderia ocorrer também por uma decisão voluntária, em função do escândalo envolvendo seu nome. No entanto, ele acredita que a resistência política de Calheiros deve ser elevada, pois é um dos principais líderes do PMDB, um partido grande e que deve apóia-lo.

Segundo a revista, o lobista da empreiteira Cláudio Gontijo pagava até recentemente o aluguel de um apartamento em Brasília e a pensão de uma filha de 3 anos, que Renan teria com uma jornalista de Brasília, fora do casamento, no valor total de R$ 16.500,00 mensais. Além disso, a construtora manteria permanentemente à disposição do senador um flat em dos hotéis mais luxuosos da cidade, e teria ajudado financeiramente familiares seus e campanhas eleitorais.

A denúncia contra o presidente do Senado pode ser avaliada como um desdobramento das investigações da Polícia Federal que resultaram na Operação Navalha. Segundo fontes do PMDB, o presidente do Senado já desconfiava que estava sendo espionado. Essas fontes dizem que a suspeita é de que a fonte da denúncia é a PF.

Os desdobramentos da Operação Navalha, e agora a denúncia contra um dos mais importantes líderes do PMDB, estão desestabilizando a coalizão partidária montada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para garantir a estabilidade do segundo mandato. O ambiente político em Brasília é de insegurança e perplexidade.

“Agora, se torna praticamente impossível que não será criada uma CPI mista no Congresso destinada a investigar o caso envolvendo a empreiteira Gautama”, comentou o cientista político. “O caso é sério, pois envolve o presidente do Senado, a autoridade que está no quarto lugar na linha de sucessão do presidente da República.”

O PMDB é o maior partido do Senado e o pêndulo da balança nas decisões da Casa. O conflito político aberto pela escalada de denúncias desencadeada pela Operação Navalha quase certamente levará o PMDB a reagir em defesa dos seus principais líderes, Renan e o senador José Sarney (PMDB-AP), cujo indicado para o ministério das Minas e Energia, Silas Rondeau, deixou o cargo na terça-feira, acusado de corrupção pela PF.

Os dois senadores aceitaram indicar o técnico Márcio Zimmermann para o cargo, um quadro político ligado à ministra Dilma Rousseff, porque perceberam que essa era a vontade do presidente da República e que qualquer outra escolha seria vetada pelo governo.

Fonte: Agência Estado

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
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