Centenas de ruas e avenidas intransitáveis, focos de dengue espalhados em praticamente todos os bairros, centros de saúde que não funcionam, escolas necessitando de reformas, segurança deficiente e centros comunitários caindo
aos pedaços, entre outras reivindicações, marcaram a maior reunião da história do movimento comunitário de Cuiabá com o governo de Mato Grosso.
“A abertura do diálogo franco e aberto, proporcionada pelo governador Blairo
Maggi, sem dúvida, representa uma avanço de décadas para os movimentos de base e as organizações sociais”, argumenta o presidente da União Cuiabana de Associações de Moradores de Bairros, Édio Martins de Souza, ao apontar que,
mesmo numa terça-feira, em horário de expediente, quase 500 líderes comunitários estiveram no Salão Nobre Cloves Vettorato, no Palácio Paiaguás.
Com exceção da segurança pública, as demais reivindicações deveriam ser direcionadas à Prefeitura de Cuiabá. “Mesmo assim, o governador Blairo Maggi não se omitiu que e anunciou providências, como a implantação de cinco
patrulhas rodoviárias dentro de Cuiabá para restaurar ruas e avenidas, e, ainda, ação emergencial de combate à dengue, com limpeza e borrifação do fumacê, em regiões consideradas críticas”, avalia o secretário adjunto de
Assuntos Comunitários da Setecs, Benjamin Franklin Lira de Araújo, responsável pelo encontro, sob coordenação do secretário Eumar Novacki, da Casa Civil.
É a primeira vez na história que o governo assegurou o direito à palavra para 34 líderes de bases populares, sem direito a aparte dos secretários de Estado presentes nem a interrupções do Cerimonial. “Lógico que ouvimos
bastante coisas que não nos agradou. Mas a reunião era de trabalho e não para elogios. Muita coisa aqui serve justamente para que possamos orientar nossas ações”, reconhece o secretário de Justiça e Segurança Pública,
Diógenes Curado Filho.
Blairo Maggi deu eco à voz dos bairros. “O Governo tem muitos programas em desenvolvimento, mas os serviços não conseguem atender a todos”, admite.
Mesmo evitando criticar abertamente o prefeito Wilson Santos, Maggi apontou as bases populares como a origem da solução para problemas simples.
“O movimento comunitário traz para o foco pequenas ações que podem chegar na
ponta”, justifica. Ele citou que as grandes questões estão à vista de todos, como a segurança pública e a saúde.
Édio Martins apontou como fundamental a preocupação de Blairo Maggi com a epidemia de dengue que toma conta da Capital. “Conforme ouvimos de praticamente todos os dirigentes comunitários, trata-se de uma ação que
deveria ter sido tomada há meses pela prefeitura, mas, infelizmente, não
houve uma ação preventiva. Então, agora, vejo como salutar a decisão do governador em enfrentar o problema com medidas práticas”, resume o presidente da Ucamb.
“A dengue não escolhe casa de ninguém. A responsabilidade então é muito mais pessoal, de cada um. Se cada um der um pouquinho de si, virar as latas, revirar pneus, rapidinho estaremos livres desta doença”, enfatiza Maggi.
No evento, Ucamb e Ucam dividiram Cuiabá em 24 pólos para que todos tivessem representação no uso da palavra. A reunião contou com dirigentes da Ucamb e da União Coxipoense (Ucam), presidentes de associações de moradores, União
dos Clubes de Mães de Cuiabá (UCCM) e do Coxipó (UniclubeMãe), Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) e Sindicato dos Taxistas de Cuiabá (Sintac), entre outras entidades.
A Ucam foi representada pelo vice-presidente José Maurício; o Sintac também foi representado pelo vice-presidente Educado Lucas da Silva; e o
UniclubeMãe pela presidente em exercício, Elma de Oliveira; e Macsuélen Soares Carbonato, presidente do Conseg Morada da Serra.
Pelo governo de Mato Grosso, participaram o vice-governador Silval Barbosa e os secretários de Infra-Estrutura, Vilceu Marcheti; de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado Filho; da Casa Civil, Eumar Roberto Novacki; da
Casa Militar, Alexander Maia; adjunto de Assuntos Comunitários da SETECS,
Benjamin Franklin Lira de Araújo; comandante geral da Polícia Militar, coronel Campos Filho; diretor geral de Polícia Civil, delegado Lindomar
Costa; e o ouvidor geral do Estado, Antônio Kato.