domingo, 22/12/2024
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Demanda por mão de obra no Centro-Oeste será superior a 44 mil entre 2014/15

O Centro-Oeste do Brasil precisará formar, apenas este ano, mais de 22 mil trabalhadores para o setor industrial. Só em Mato Grosso, são cerca de 7 mil novas vagas que esperam por profissionais capacitados para serem preenchidas. O dado é do Mapa do Trabalho Industrial, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa foi divulgada esta semana e revela uma carência de 1,1 milhão de profissionais entre 2014 e 2015 em todo o país. Na pesquisa divulgada no ano passado, no índice de distribuição regional, o Centro-Oeste aparece com 5,5% da demanda nacional de qualificação. 

Desse total, 80% da demanda correspondem a profissionais com cursos de até 200 horas, 14% de nível técnico e 6% de nível superior. Entre os segmentos industriais que mais necessitam de formação no Estado estão a Construção Civil, Fabricação de Produtos Alimentícios e Bebidas e Fabricação de Produtos de Madeira. Os três segmentos juntos são responsáveis por 4.773 mil vagas disponíveis no mercado de trabalho, o que representa 67,5% da carência de mão de obra atual em Mato Grosso, segundo o estudo. 

Como mediador, entre as necessidades do mercado e a formação profissional, está o Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT) que qualificou, em 2013, cerca de 142 mil trabalhadores. Para este ano, a meta é superar o índice. Para isso, são disponibilizadas mais de 500 opções em cursos de qualificação. Apenas no segmento da construção civil já somam 1.700 vagas em oito cursos para o primeiro semestre deste ano. Entre os mais procurados estão pedreiros e marceneiros, além de carpinteiro de obras, eletricista instalador residencial, instalador hidráulico, aplicador de revestimento cerâmico, armador de ferros e pintor de obras. 

De acordo com o Registro Anual de Informação Social (Rais), só em 2012, a construção civil empregou 46.436 mil trabalhadores. O eletricista instalador predial, Catarino da Silva Magalhães, 50, decidiu entrar para o ramo no ano passado, depois de trabalhar por alguns anos em uma propriedade rural. Assim que retornou para a cidade de Santo Antônio do Leverger, ele buscou a qualificação no Senai da região e em seguida foi contratado por uma construtora. “Eu gosto muito da área e consigo trabalhar com mais tranquilidade. Estou bastante satisfeito”. O próximo desejo de Magalhães é realizar um curso técnico para alçar oportunidades.

Outro grande investimento do Senai-MT para 2014 está na Faculdade de Tecnologia (Fatec), que abriu turmas nos cursos superiores de Alimentos e Agroindústria. A técnica em nutrição, Aurelina Nunes Arruda, 44, já fez a matrícula no curso de Alimentos que deverá começar em fevereiro. De olho nas indústrias que estão se instalando no Estado, ela decidiu investir em profissionalização. “Eu já conheço um pouco da área, mas quero me especializar, aprender mais, ter condições de inserção em outras funções no mercado”. 

Em 2012, de acordo com a Rais, foram 43.918 mil trabalhadores empregados no setor de Alimentos e Bebidas. A franca expansão se deve a vocação de Mato Grosso que é o maior produtor de grãos e gado de corte. Além dos cursos superiores, o Senai-MT disponibilizou, para o primeiro semestre deste ano, 1.010 vagas em cursos de qualificação e técnicos. São cursos de Auxiliar de Confeitaria, Padeiro, Salgadeiro e Técnico em Alimentos voltados à necessidade da indústria local. 

O Senai-MT também está em fase de implantação do Instituto Senai de Tecnologia, em Cuiabá. Serão R$12 milhões em investimentos provenientes do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Departamento Nacional do Senai. A implantação da unidade faz parte do ‘Programa Senai de Apoio à Competitividade da Indústria’ e visa o fortalecimento do segmento de Alimentos e Bebidas no Estado, por meio de consultorias, assessorias, ensaios e análises laboratoriais e a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos.

O Mapa do Trabalho de 2012 mostrou, ainda, a propensão das indústrias na contratação de profissionais polivalentes, com capacidade para desempenhar várias funções. Trabalhadores com a característica de visão sistêmica do fluxo produtivo e capacidade de gerenciamento também são muito requisitados. De acordo com a diretora regional do Senai-MT, Lélia Brun, além de capacidade técnica é fundamental que o trabalhador desenvolva habilidades de relacionamento, como o trabalho em equipe, atenção, presteza e boa vontade. “Muitos são contratados pelas habilidades e demitidos por não conseguirem se relacionar com os colegas ou terem dificuldade em trabalhar em uma hierarquia. Nossos professores sempre instruem esses estudantes para saberem lidar com essas situações”. 

O presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan, diz que a falta de profissionais é um problema constante de qualquer indústria e também uma preocupação da Federação. “Para que exista uma indústria forte é preciso que existam profissionais qualificados que permitam o aumento da produtividade industrial. Por outro lado, um cidadão que estuda tem acesso a um bom emprego, um salário melhor, e, consequentemente, eleva a qualidade de vida de toda a família. Um ciclo virtuoso em que todos os setores da economia ganham”.

 
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Parmenas Alt
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