O empresário Alan Malouf afirmou em delação premiada que durante a campanha eleitoral do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, houve caixa 3 e que o tucano sabia.
“Revelou que houve doações não contabilizadas, em especial, de R$ 900 mil por Willians Mischur, endereçadas ao então candidato sem que tenha entrado sequer nesse controle paralelo, consistindo no que o colaborador denominou de um verdadeiro caixa 3”, diz trecho da delação.
Em nota emitida pela assessoria do governo, Taques nega caixa 2 e diz já ter constituído advogados para atuar no processo. A fonte da Notícia não conseguiu entrar em contato com o empresário Willians Mischur. Paulo Taques não atendeu ou retornou os telefonemas.
A primeira modalidade de recebimento de recursos seria a oficial, chamada de caixa 1. Nesse caso, todo o recurso que entrava era declarado à Justiça Eleitoral.
Além disso, havia o caixa 2, administrado pelo ex-secretário de Gestão Júlio Modesto e pelo próprio Malouf.
Para explicar como funcionava o caixa 3, o empresário afirmou à Procuradoria Geral da República que foi enviado pelo governador Pedro Taques para participar uma reunião entre Paulo Taques e um possível apoiador de campanha, o empresário Willians Mischur, proprietário da Consignum.
A Consignum era responsável por gerir os empréstimos consignados para servidores públicos do Estado na gestão do ex-governador Silval Barbosa.
O contrato com o Governo foi rompido em 2016, após a empresa ser alvo da Operação Sodoma, que apurou esquemas de corrupção na gestão de Silval.
Mischur chegou a ser preso na 2ª fase da operação, mas foi solto após confessar ter pago cerca de R$ 17,6 milhões em propina para manter o contrato.
Após a reunião, Malouf diz que soube que Paulo Taques teria recebido R$ 900 mil de Willians Mischur. Ele diz que perguntou aos empresários que apoiavam Taques se alguém sabia do fato. O grupo constatou que o dinheiro não havia entrado nem no caixa 1, nem no caixa 2 e, por isso, ficou caracterizado o caixa 3.