domingo, 22/12/2024
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Deficiências da pecuária são principais pontos discutidos em audiência pública

Os fatos recentes de embargo à importação da carne bovina por parte da União Européia (UE) e da Rússia e em decorrência dos impactos causados em todo o complexo do setor, economia do Estado e consequentemente na balança comercial do Brasil, foi destaque da audiência pública na Assembléia Legislativa, realizada pelo deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB).

Com o tema: “A realidade da Pecuária e da Cadeia Produtiva da Carne bovina em Mato Grosso”, os participantes debateram e ampliaram a discussão, provocando questionamentos e reivindicações para que se busquem soluções que venham a contribuir para o setor.

A valorização do mercado interno, facilidade do georeferenciamento, a desburocratização de créditos aos pecuaristas e a Licença Ambiental Única (LAU) declarada foram um dos pontos solicitados pelos participantes.

O deputado Guilherme Maluf ressaltou a importância de se fazer um panorama da pecuária em Mato Grosso. “Começamos o ano recebendo um decreto presidencial colocando o Estado no maior índice de desmate. Me parece que só recebemos dificuldades e não devolvemos ações concretas. É preciso dar um respaldo e tranqüilidade a sociedade. Há muitas ações contra nosso Estado.

Temos que articular medidas contra isso”, ressaltou
De acordo com o José Bernardes, representante da Associação de Criadores de Mato Grosso (ACRIMAT), o Estado ocupa o lugar de maior destaque, principalmente por estar a 12 anos sem incidência de febre aftosa. “Apesar de ter requisitos para exportação, Mato Grosso não possui programas de fixação de solo e pastagem e orientação dos órgãos competentes”.
Bernardes cobrou a discussão do zoneamento sócio-ambiental, pois “vai balizar uma série de investimentos futuros”.
Já o deputado federal Wellington Fagundes disse que Mato Grosso não conseguiu visualizar a efetivação de grandes programas.
Outro questionamento foi a dificuldade da abertura de crédito e a pouca destinação de recursos por parte do governo para o setor pecuarista.
Segundo Júlio César Ferraz Rocha, presidente da Comissão de Pecuária de Corte da da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO) e do Fundo de Apoio a Bovinicultura de Corte (FABOV), a preocupação é que o Estado dispõe do maior rebanho, qualificado e lamentavelmente não conseguimos habilitar projetos em exportação. “Que se façam ações, que se discuta o sistema de rastreabilidade. Esse é o grande problema da pecuária”, lembrou.
Júlio César disse ainda que há uma grande dificuldade em se contrair crédito. “O problema do endividamento da pecuária é baixo em decorrência do baixo crédito. A pecuária se deteriora. As linhas de financiamento são difíceis, e o pecuarista tenta fazer como pode e acaba por depender de grandes grupos econômicos”.
De acordo com ele a legislação estadual é mais perniciosa que a federal, o que dificulta ainda mais a situação do setor. Ele sugeriu que a Casa, responsável pelas leis, reveja tais pontos e leve em discussão para que haja melhorias.
Olímpio de Brito, representante da Associação de Criadores de Nelore do Estado, ressaltou a preocupação de como o produtor é visto pela sociedade, uma vez que é noticiado o grande número de desmates pastagens. “O produtor é rotulado com informações falsas. Queremos fazer o que é certo. Para isso já estivemos com o secretário de Estado de Meio Ambiente para discutir essa questão”.
Uma das maiores dificuldades encontradas pelos pecuaristas é que muitas vezes eles não conseguem protocolar a LAU, dizendo que lei do Estado é muito rígida, o que acaba interferindo diretamente em todo processo, desde a abertura de pasto até a criação e encaminhamento das cabeças aos frigoríficos, dificultando e atrasando todo esse processo.
Maluf firmou, durante audiência, compromisso de dar encaminhamento às sugestões, uma vez que existe ausência do estado nessa discussão. “Vamos levar as reivindicações de facilitar georeferenciamento, a LAU declarada, a facilidade de adquirir créditos, uma vez que a pecuária representa uma grande fatia da economia do Estado e um embargo futuro pode representar perdas significativas aos indicadores econômicos de Mato Grosso”.
O parlamentar se comprometeu ainda, em encaminhar a discussão para a comissão do Meio Ambiente que se cobre do Estado políticas ambientais pertinentes ao assunto.
Participaram da audiência pecuaristas, técnicos, pesquisadores e analistas além de outros segmentos do setor e também dos setores de produção, governamental

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Parmenas Alt
Parmenas Alt
A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as consequências destas ações.
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