Deficiência auditiva é o nome que se dá para indicar perda de audição ou diminuição na capacidade de escutar os sons. Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode resultar em uma falha na audição, e eles podem ser classificados de acordo com a sua intensidade e motivo. “Entre as várias deficiências auditivas existentes, há as que podem ser classificadas como condutiva, mista ou neurossensorial”, explica a Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista, de Curitiba PR.
A deficiência condutiva é causada por um problema localizado no ouvido externo e/ou médio, partes do ouvido que tem por função conduzir o som até o ouvido interno. Esta falha, em muitos casos, é reversível e geralmente não precisa de tratamento com aparelhos auditivos, apenas cuidados médicos. A neurossensorial ocorre quando acontece uma lesão no ouvido interno. Nesse caso, não há problemas na condução do som, mas sim uma diminuição na capacidade de perceber os sons que passam pelo ouvido externo e médio e transformá-los em estímulos elétricos para o nervo auditivo até a área cerebral da audição. Ela faz com que as pessoas escutem menos e tenham maior dificuldade de compreender as diferenças entre os sons. Já a deficiência auditiva mista acontece quando há ambas as perdas auditivas na mesma pessoa, a condutiva e a neurossensorial.
De leve a severa, a perda da audição pode ser resolvida com aparelhos auditivos para a amplificação dos sons conforme a necessidade do paciente. “Na surdez profunda, os aparelhos podem ajudar em até 80% dos casos. Nos demais, é indicado o implante coclear, desde que o paciente atenda os requisitos psicológicos, clínicos e audiológicos”, explica a Dra. Rita Guimarães.
São várias as causas que levam à deficiência auditiva. A condutiva, por exemplo, tem como um dos fatores determinantes o acúmulo de cera no canal auditivo externo, o que provoca uma perda temporária da audição. Entre outras causas temos as otites – infecções. No caso da deficiência neurossensorial, há vários fatores que a causam, como a exposição a ruídos intensos, o envelhecimento fisiológico da audição e a surdez congênita, por exemplo. Algumas doenças, como a varíola, a toxoplasmose ou a rubéola, e certos medicamentos tomados pela mãe durante a gravidez, podem causar uma diminuição auditiva no bebê.
Para saber se um bebê tem com algum problema auditivo, os pais devem ficar atentos para as atitudes da criança. Se ele não acorda com barulhos fortes, como porta batendo, ou não vira a cabeça quando é chamado, a família deve começar a pesquisar algum médico para ver se está tudo certo com a saúde do bebê. Com crianças, os sinais são mais perceptíveis. Se elas não formam frases simples por volta dos dois anos, aumentam o volume do aparelho de som e da TV, não conseguem localizar de onde vem o som, buscam contato visual para se comunicar, têm dificuldades no aprendizado, têm desatenção ou falta de concentração, escrevem ou falam trocando fonemas, esses são motivos mais do que suficientes para ser procurada a ajuda de um médico. Adultos e idosos com problemas auditivos normalmente têm dificuldade de entender o que é dito, escutam TV e rádio em volume muito alto, apresentam secreção no ouvido, relatam barulho ou zumbido no ouvido, isolam-se e falam muito alto.
Há várias formas de se evitar os problemas auditivos. Por exemplo, as mulheres devem sempre tomar a vacina contra a rubéola, de preferência antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas contra a doença. Se as gestantes tiverem contato com a rubéola nos primeiros três meses de gravidez, o bebê pode nascer com problemas de audição. Infecções nos ouvidos, especialmente as repetidas e prolongadas devem ser vistas com cuidado por todos. Uma vez constatada a deficiência, deve-se buscar a ajuda de um especialista em Otorrinolaringologia e em Audiologia o quanto antes. É necessário realizar um teste auditivo e outros exames médicos para localizar a deficiência e então tratá-la.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
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