Várias associações cristãs britânicas pró-homossexuais denunciaram nesta terça-feira os propósitos que chamaram de “irresponsáveis” do Papa Bento XVI, que condenou implicitamente a homossexualidade e a transexualidade.
No discurso de final de ano para funcionários do Vaticano, o Papa considerou na segunda-feira que “falar da natureza do ser humano como homem e mulher e pedir que esta ordem da criação seja respeitada não se trata de uma metafísica ultrapassada”.
Enquanto a preocupação ecológica aumenta no mundo, ele destacou: “Se as florestas tropicais merecem nossa proteção, o homem não merece menos”.
A reverendo Sharon Ferguson, diretora-geral do Movimento cristão gays e lésbicas, considerou o discurso “totalmente irresponsável e inaceitável tanto no conteúdo como na forma”.
“É mais destes comentários que temos de nos proteger. São comentários deste gênero que justificam a perseguição homofóbica nas escolas e os ataques contra os homossexuais”, continuou.
“Quando os chefes religiosos fazem este tipo de declaração, seus adeptos consideram que eles têm uma justificativa para se comportar de maneira agressiva e violenta porque eles pensam que fazem o trabalho de Deus livrando o mundo destas pessoas”, lamentou.
O ex-frade dominicano Mark Dowd, homossexual e militante do grupo ecológico cristão Operation Noah, considerou que os dizeres do Papa eram “compreensíveis, mas pouco judiciosos e desastrados”.
“Acho que é realmente muito triste que estes comentários traiam uma falta de abertura ante a complexidade da criação”, afirmou.
Un conselho partilhado pelo reverendo Giles Fraser, presidente da Inclusive Church, um movimento anglicano pró-homossexual: “O papa propaga a crença de que os homossexuais ameaçam o planeta. Não concordamos com isso”.
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