A janela do meio do ano segue pródiga em desembarques importantes para os lados do campo. Depois de Rafinha e Filipe Luís no Flamengo, Adriano no Athletico, foi a vez do São Paulo dar uma cartada de mestre e fechar com o lateral-direito Daniel Alves. Aos 36 anos, um dos jogadores mais vencedores da história do futebol mundial traz toda a sua qualidade ao Tricolor Paulista. O manual de quem trabalha com análise no futebol prega o estudo para a identificação e adaptação de reforços dentro do sistema tático da equipe. Daniel supera isso! É um acréscimo imenso de qualidade e pode ser influente numa transformação do São Paulo como time.
Daniel Alves foi se desenvolvendo ao longo da carreira como um “lateral armador”. Dono de ótimo passe, foi apurando a leitura das jogadas e a velocidade de raciocínio no Barcelona comandado por Pep Guardiola na década passada. Além da força ofensiva que ainda apresenta pelo flanco direito, vai acrescentar demais em articulação ao time do São Paulo. Por mais que utilizar laterais construindo de forma mais pausada não seja algo tão usual na carreira de Cuca, a qualidade técnica do novo reforço e impositiva neste aspecto. Talvez Daniel seja a arma que possibilitará o Tricolor mais controlador da bola, algo que o treinador da equipe flertou recentemente.
Uma outra opção é utilizá-lo como meio-campista. No PSG, na última temporada, atuou muitos jogos como meia-direita, como vemos no quadro acima. É bem verdade que o elenco do Tricolor possui muitas opções para jogar no centro do gramado e é carente justamente na lateral, o que indica a utilização de Dani em seu setor de origem, mas é uma opção viável colocá-lo no meio. Jogando mais adiantado deu uma assistência a cada três jogos em média, ótimo número.
Na parte defensiva, Cuca terá que adaptar o atleta naquilo que mais gosta de utilizar como sistema de marcação. Os encaixes e perseguições pedidos pelo técnico do São Paulo a seus atletas já são famosos. Consiste no “cada um pega o seu dentro do setor e acompanha até o fim do lance’’. Ou seja, Dani, como lateral, teria que acompanhar o ponta-esquerda adversário. Por mais que tenha melhorado consideravelmente o seu posicionamento defensivo e a experiência lhe faça “achar atalhos”, não é o seu forte, como vemos no quadro estatístico abaixo.
Ainda nesse ponto, sua utilização no meio-campo provavelmente diminuiria responsabilidades defensivas e o faria percorrer uma faixa de campo menor para marcar. Talvez acompanhar um volante adversário mais defensivo. Ou se jogar na lateral, pode contar com a ajuda de Tchê Tchê, fazendo coberturas no setor e trocando de posição em momentos mais críticos do jogo. O próprio Tchê Tchê já fez isso com Hudson em ocasiões recentes.
Por Rodrigo Coutinho (@RodrigoCout)YAHOO