A chegada do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Copenhague, onde se encontrará com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pode dar um último impulso para destravar as negociações e conseguir um acordo sobre a redução de emissões na cúpula sobre mudança climática.
No início do último dia de reunião, prosseguem os esforços dos negociadores para redigir um texto final que possa ser submetido à aprovação das 192 delegações que assistem à cúpula.
Cerca de vinte de líderes dos países considerados fundamentais para o acordo se reuniram ontem à noite durante três horas a pedido da União Europeia (UE).
Entre os países presentes estavam China, EUA, vários africanos, Índia, Japão, Reino Unido, México, França, Alemanha e Dinamarca.
Segundo fontes da UE, os esforços para tentar alcançar um acordo prosseguiram durante toda a noite sem resultados tangíveis e serão retomados hoje.
Os principais problemas giram em torno dos números de redução de gases do efeito estufa, o financiamento necessário para reduzir o impacto da mudança climática, adaptar-se a seus efeitos, e sobretudo sobre a transparência do processo.
Os negociadores tentam redigir uma declaração política que ponha sob um mesmo texto as duas vias de negociação que aconteceram durante a cúpula, em torno do Protocolo de Kyoto e da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.
O governo dos EUA tentou aplanar o caminho ontem ao anunciar que contribuirá com o “esforço global” dos países ricos de destinar US$ 100 bilhões anuais até 2020 para combater a mudança climática, embora tenha condicionado a oferta a um pacto firme que comprometa a todos os países, sobretudo aos emergentes como a China, exigindo transparência.
Também deixou claro que os fundos devem ir aos países menos desenvolvidos, os mais afetados pela mudança climática, o que foi interpretado como um recado: os EUA não pensam em financiar a China.
O país asiático ofereceu ontem “diálogo e cooperação” na hora de comprovar suas reduções de emissões, mas voltou a rejeitar qualquer verificação em seu território nacional pelos estrangeiros ao considerar essa medida como uma ingerência.
EUA e China, os dois maiores poluidores do planeta, são considerados chave para conseguir um acordo em Copenhague.