Milhares de pessoas foram ontem para as ruas de Cuiabá comemorar a terceira vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo. O principal ponto de concentração dos torcedores foi mais uma vez o trecho entre a avenida Getúlio Vargas e a Praça Oito de Abril, próximo ao restaurante Choppão.
Durante a partida havia cerca de 500 pessoas no local. Trinta minutos depois, o número começou a subir, chegando a 12 mil, segundo estimativas da Polícia Militar (PM). A via pública foi interditada pela PM, para evitar transtornos, e apenas pedestres circularam. No local um trio elétrico animou a torcida ‘verde e amarela’ até as 18h. Depois o som foi desligado.
Durante o jogo os bares não lotaram tanto se considerado o público da primeira partida da seleção, há dez dias. A impressão que ficou é que os torcedores, que foram para as ruas festejar, assistiram à partida em casa. O movimento nas ruas foi aumentando a partir do final do jogo.
A animação foi grande com a vitória por goleada, mas o sentimento de satisfação não contagiou a todos. “Fiquei insatisfeito, mas não dá para fugir, vou comemorar por osmose”, comentou o videomaker José Augusto Filho, no meio da multidão que tomou conta da Getúlio Vargas no final da tarde.
O desempenho da seleção brasileira dividiu opiniões. O empresário Marcos Barulho disse ter gostado do jogo. “A seleção mudou pra melhor. Sem a terceira idade (Cafú e Roberto Carlos), acho que vamos ganhar a Copa”, afirmou Barulho otimista. Para um outro torcedor, o publicitário Carlos Eduardo, o resultado foi menos importante do que a festa. “Eu torcia pelo Zico, sou fã dele, mas a comemoração está indispensável”, disse.
Os torcedores se reuniram em bares e lanchonetes de diversos pontos da cidade para acompanhar a partida. No Choppão oito televisores instalados na parte interna e na calçada permitiam ver o jogo de diversos ângulos. Os bares da avenida Miguel Sutil, Getúlio Vargas e avenida do CPA foram os que receberam maior público.
Até o final de primeiro tempo, quando o Brasil perdia de 1 a 0, ainda havia espaço para abrigar torcedores no trecho interditado na frente da Praça Oito de Abril. No final, porém, uma multidão invadiu o local para comemorar a vitória.
O estudante Rogério Sena, de 20 anos, que acompanhou o jogo no Choppão desde o início, confessou que nos primeiros 45 minutos chegou a temer pela derrota. “Saí de casa com um palpite de 5 a 0. Passei o primeiro tempo e o intervalo assustado, mas depois vi que a vitória era certa”, analisou.
Para o adolescente Bruno Canavarros, 17 anos, o placar de 4 a 1 foi além do esperado. Ele, que entre os amigos havia arriscado 2 a 1, diz que a ameaça inicial de vitória da equipe japonesa não chegou a preocupá-lo.
