quinta-feira, 19/09/2024
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Cuiabá tem ruas impenetráveis

Existem ruas e avenidas em bairros da periferia de Cuiabá onde os entregadores de medicamentos e moto-taxistas se recusam a atender chamados à noite por causa da violência.

No “mapa” dos motoqueiros aparecem vias do Jardim Vitória, Florianópolis, Dr. Fábio, Altos da Serra, Altos da Glória, Novo Paraíso I e II, Jardim União, Osmar Cabral, Águas Nascentes, Renascer, Novo Paraíso.

Para assaltar os entregadores, com intuito de roubar a moto, dinheiro e aparelhos de celular, os ladrões montam os mais diversos esquemas. Para exemplificar, fazem chamadas falsas de orelhões, pedem medicamentos de baixo custo e troco para notas de alto valor (R$ 50 e 100) e indicam endereços que não existem.

Há casos de motoqueiros que desistiram da profissão de entregador, mudaram de ramo ou passaram a trabalhar somente durante o dia. Três semanas atrás, Durvanil Siqueira, 28 anos, que atua em uma rede de farmácias, passou momentos de terror na divisa dos bairros Águas Nascentes e Jardim União.

Siqueira contou que, como voltava de uma entrega na Avenida do CPA, seguiu em direção ao Jardim Florianópolis pela avenida de acesso à nova sede do fórum. Lá, num trecho de estrada de chão, foi surpreendido por uma barreira de pedras no meio da pista.

No momento em que reduziu a velocidade da moto, três rapazes, todos armados, saíram do meio do mato e investiram em sua direção. “Não sei como, mas consegui passar sobre as pedras e fugir”, contou ele, lembrando que por pouco não perdeu o controle e caiu da moto.

Na profissão há quase sete anos, Siqueira disse que em 1999 a moto que ele ocupava foi roubada na porta da casa onde deveria fazer uma entrega de medicamentos. “Era uma emboscada, o cara que fez o falso pedido era assaltante”, recordou.

Siqueira diz que só continua trabalhando à noite porque a empresa que o contratou mantém esquema de plantão. “Tenho dois filhos, não posso ficar desempregado”, justificou-se, confessando que “morre de medo de ataques”.

Depois de ter que ficar nu no meio do mato para se esconder dos ladrões, Luiz Mauro da Silva Sousa, 26 anos, desistiu de ser entregador de medicamentos à noite e passou a trabalhar em uma loja de auto-peças.

Há quatro anos, quando saiu para entregar remédios no Jardim Vitória, na rua do campo de futebol, Sousa descobriu que havia caído numa cilada. Passava da 1h30, quando ele entrou na rua e deu de cara com os dois assaltantes.

“Tentei fugir, mas a rua não tinha saída e a única alternativa que encontrei foi abandonar a moto e buscar abrigo no mato”, relatou. Mas como continuou sendo procurado, Sousa resolveu tirar as roupas para não ser visto. A cor escura da pele, diz, ajudou-o a se ocultar.

Meia hora mais tarde, depois que os ladrões fugiram com a moto e o dinheiro que deveria ser usado como troco, o entregador saiu do mato e pediu ajuda.

O moto-taxista Antônio de Jesus Gonçalves Silva, 28 anos, disse que muitas vezes recusou corridas de passageiros de bairros de difícil acesso ou muito violentos. Silva adotou esse comportamento depois que sofreu um atentado quando chegava com um passageiro numa rua escura do Osmar Cabral.

“O falso passageiro me agarrou pelas costas e o amigo dele, que o esperava na rua, apontou uma faca. Felizmente eu não havia desligado a moto e consegui sair de lá, mas passei um aperto danado”, contou.

fonte: dc

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