Cuiabá quebrou a promessa do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, de que não será usado dinheiro público na construção ou reforma de estádios para a Copa do Mundo de 2014. O prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), admitiu que erguerá um novo estádio na cidade, que também se chamará Verdão, com “100% dos recursos do governo estadual”. Segundo ele, o custo da nova arena, com capacidade para 42.500 pessoas, gira em torno de 300 a 400 milhões de reais.
“O governo já possui dinheiro para isso. Já temos R$ 100 milhões em caixa. O estádio está garantido para 2014”, afirmou o prefeito Wilson Santos,antes de participar do segundo dia do seminário que o Comitê Organizador da Copa de 2014 realiza com as 12 cidades que foram escolhidas pela Fifa para sediar os jogos do Mundial – o evento acontece num hotel da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Em novembro de 2007, Ricardo Teixeira garantiu, num jantar realizado em São Paulo, com a presença do governador paulista José Serra, que somente haveria dinheiro público para obras de infraestrutura, como reformas de estradas e aeroportos, entre outras melhorias para a Copa. Na ocasião, o presidente da CBF e também do Comitê Organizador do Mundial de 2014 deixou claro que reformas e construção de estádios e hotéis seriam atributos da iniciativa privada.
“Não é dinheiro dela (da CBF). É nosso. Procuramos dar firmeza e seriedade ao projeto. Temos que entregar tudo pronto em dezembro de 2012 (prazo estabelecido pela Fifa)”, argumentou o prefeito de Cuiabá, ao justificar o investimento no estádio. “Mas já diminui (o montante a ser gasto pelo governo estadual) se conseguirmos 100 milhões da iniciativa privada.”
Ao ser indagado se o novo estádio, após a disputa da Copa de 2014, poderia virar um “elefante branco” – expressão usada para definir equipamentos grandiosos sem utilização -, o prefeito de Cuiabá se irritou e respondeu com ironia. “Não vai virar elefante branco nem verde. E lá em Cuiabá não tem elefante, somente onça e tuiuiú”, afirmou Wilson Santos.
Depois, ele falou sobre o legado que a Copa do Mundo vai deixar para a região de Cuiabá. “O estádio, na verdade, é uma arena multiuso e vai ser um grande parque da cidade, com lago, pista de corrida, centro de convenção, espaço para feira, cinemas e faculdades”, destacou o prefeito. “Será a área mais querida de Cuiabá.”
O prefeito ainda confirmou que o “velho estádio”, também chamado Verdão, que foi construído na década de 1970 e cuja administração consumia R$ 50 mil por mês dos cofres públicos, será demolido. “O novo Verdão consumirá bem mais (do que os R$ 50 mil gastos mensalmente na conservação da antiga arena)”, limitou-se a dizer.
IGEsp