Há pelo menos seis meses, moradores de bairros periféricos de Cuiabá, principalmente da Grande Morada da Serra (Norte) e Pedra 90 (Sul), convivem com o lixo acumulado nas portas das casas, prédios e comércios da região. O
relaxamento na coleta de lixo na periferia tem revoltado os moradores, em especial porque nos bairros das classes média e alta, na Capital, o serviço tem mantido a regularidade.
Mãe de quatro filhos, separada, a doméstica Marilza da Silva Ribeiro, de 49 anos, que reside no CPA-IV há 11 anos, lamenta a discriminação à periferia.
“Eles têm passado por aqui uma vez a cada 15 dias”, denuncia ela, se referindo à falta de coleta do lixo”, observa.
Diante do problema, a moradora afirmou que o único meio de livrar-se de toda sujeira doméstica é “jogar o lixo em algum lugar da cidade”.
O aposentado João Roberto de Moraes Alves, 78, percebeu a ausência do serviço por cerca de 10 dias. Ele reside no Pedra 90 e reclamou do que tem visto diariamente. “A gente tem que conviver com o mau cheiro e também com o aumento do número de insetos”, lamenta João Roberto.
A presidente da Associação dos Moradores do Campo Verde da Esperança, Ângela Maria Moreira, explicou que, assim que notou a falha no sistema de coleta, procurou entrar em contato com a assessoria da Secretaria de Infra-estrutura
de Cuiabá. Segundo ela, um assessor garantiu a resolução do problema ocorreria no dia seguinte.
“Já passou uma semana e nenhuma providência foi
tomada”, aponta .
A Secretaria de Infra-Estrutura da Capital (Seminfe) transfere a responsabilidade para a empresa responsável pela coleta de lixo.
E diversas vezes tanto a Seminfe quanto a empresa já foram notificadas, mas o problema
continua sendo ignorada.
As máquinas e equipamentos da Prefeitura de Cuiabá, que supostamente iriam preparar a limpeza das ruas do bairro Campo Verde da Esperança, foram retiradas por ordem direta do prefeito Wilson Santos (PSDB), candidato à
reeleição, quando a presidente Ângela Maria Dias Moreira anunciou que não apoiaria sua candidatura.
