A sétima edição do maior desfile de moda de Mato Grosso, o Cuiabá Fashion, que será realizado pela Sala da Mulher da Assembleia Legislativa no dia 31 de agosto, nas dependências do 44º Batalhão de Infantaria Motorizada (BIMtz), em Cuiabá, neste ano irá beneficiar, com o repasse de 100% da venda dos ingressos, três entidades que prestam serviço social de grande relevância no estado. Entre elas, está Central Única das Favelas (Cufa-MT), uma instituição sem fins lucrativos que tem trabalho de transformação social na periferia da Capital, pautado em atividades culturais e na busca de políticas públicas a fim de diminuir a vulnerabilidade juvenil.
De acordo com a diretora executiva da Cufa, Karina Santiago, a entidade se configura como um pólo de produção e gestão sócio-cultural, que atua nos mais diversos segmentos da cultura e Cidadania. “A organização contribuiu para formação de uma rede estadual de trabalhos sociais feitos por jovens e para jovens de favelas, utilizando das diversas linguagens como o esporte, a cultura hip-hop e suas diversas formas de expressão. Todas as ações têm como princípios protagonismo, ética, alteridade, empreendedorismo social e justiça”.
A diretora explica que os recursos que serão repassados à entidade, com a venda dos ingressos do Cuiabá Fashion, serão aplicados na melhoria da infraestrutura do Centro Esportivo e Cultural CUFA (CECC), localizada no bairro São João Del Rey e também na compra de materiais para a Sericufa, núcleo Serigráfico que tem por objetivo oferecer cursos nesta área e promover a geração de emprego e renda. Para Karina, a iniciativa da Sala da Mulher, sob comando de Janete Riva, é de grande importância para Mato Grosso, pois não apenas promove uma ação social, como também dá visibilidade a todas as entidades beneficiadas. “Com isso, fortalece a história, o trabalho e atuação dessas entidades no cenário estadual, podendo também projetá-las indiretamente no cenário nacional, ou seja, uma marca forte, que proporciona sustentabilidade e é um movimento de ação e reação”, avalia.
HISTÓRIA – A Cufa mato-grossense existe desde o ano de 2004 e começou suas atividades a partir de um grupo de jovens engajados com a mudança social, amadureceu e hoje tem diversos parceiros no âmbito privado, empresas e governo. Em Mato Grosso, está presente e atuante na capital Cuiabá, concentrando suas atividades no CECC e nos municípios de Colíder, Sinop, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Rondonópolis e Itaúba. “Somos uma parcela da sociedade civil organizada, que trabalha de forma conjunta com outros movimentos sociais, sempre dialogando com as esferas públicas e privadas”.
Segundo Karina, outro fator fundamental para o crescimento da Cufa no estado foi à criação de redes políticas que proporcionam um trabalho coletivo, como o Núcleo Maria Maria. Trata-se de um movimento de mulheres que, além de construir um projeto coletivo e democrático dentro da instituição, tenta organizar os discursos das moradoras das favelas, sobretudo as jovens, para que elas possam se estimular e participar dos processos políticos de decisão e ocupação de espaço. “Há também a Frente de Desenvolvimento da Juventude das Periferias e Favelas brasileiras, que reúne pessoas engajadas com as lutas dos movimentos sociais e populares num debate ampliado”, completa Santiago.
PROJETOS – A Cufa de Cuiabá coordena as oficinas de Consciência Hip-Hop, tendo em vista o impacto social da cultura urbana. Segundo Karina Santiago, a cultura é elemento de estímulo para a educação formal tornando o ambiente escolar mais atrativo. Além das escolas, as atividades são realizadas nos centros comunitários das comunidades atendidas e no Centro Sócio Educativo Complexo Pomeri, onde adolescentes em conflito com a lei, que estão sujeitos a medidas socioeducativas, encontram nas oficinas do Consciência Hip Hop mais uma forma de expressão.
O projeto teve inicio do ano de 2005, e desde lá já atendeu mais 200 jovens diretamente. Todo ano é realizado o “Festival Consciência Hip-Hop”, com shows, batalhas de break e rima, intervenção de graffiti entre outras manifestações da cultura hip-hop. É o maior evento da região Centro Oeste, que desde sua primeira edição já reuniu mais de 30 mil pessoas, entre artistas, produtores, jornalistas especializados, empresários e movimentos sociais e culturais. A instituição também realiza o Festival Calango, um dos principais eventos de artes integradas do Brasil que acontece há 10 anos em Cuiabá.
A entidade também é responsável pela Liga Internacional de Basquete de Rua (Liibra), que é uma atividade esportiva inspirada no Streetball e na cultura Hip Hop. A Cufa desenvolve oficinas e o maior campeonato de basquete de rua do estado de Mato Grosso. Há cinco anos, já atendeu mais de 700 jovens esportistas. E projeto Pixaim é outra ação da Central, que estimula o empreendedorismo feminino e valorização da mulher negra. As ações tiveram inicio no ano de 2009, onde eram ministradas oficinas de leitura. Em 2010, o projeto atendeu 868 adolescentes em oficinas de leitura, 528 adolescentes e jovens atendidas na oficina de trança e penteado afro e mais de 10 mil expectadores na peça de Teatro Cabelo Ruim.
Já o projeto “Sericufa” busca executar ações dentro do Centro de Ressocialização para menores em conflito com a lei Complexo Pomeri e no Centro Esportivo Cultural da Cufa, com oficinas técnicas de silkagem, sendo que, hoje, sem uma parceria fixa, o projeto atende em média 10 jovens ao mês. Junto com o Instituto Centro Vida no ano de 2008, foram capacitadas 20 mulheres de baixa renda no Bairro Jardim Vitória. Em 2009, junto com o Sebrae e o grupo religioso Aliança mais 50 pessoas receberam a capacitação, que integra a estratégia de Desenvolvimento Regional Sustentável ( DRS) do Banco do Brasil e junto com demais parceiros busca a implementação de ações no campo da serigrafia e geração de renda para jovens que vivem em situação de risco social.
Para garantir a inserção das comunidades com dificuldades de acesso à cultura, a Cufa criou o projeto Fuzuê com base em uma proposta elaborada de aprendizado e apreciação de contos por meio da narrativa oral cênica, da leitura dramatizada e de técnicas básicas de encenação teatral. Hoje, são atendidas 46 crianças de 3 a 4 anos da creche Laís Amicucci, com a oficina Trançando Histórias e profissionais da rede municipal e Educação, bem como pessoas da comunidade.
Com base no conceito da Economia Solidária, há também o projeto “BANCO ACESSO É”, que visa apresentar alternativas para o fortalecimento da economia local, ou seja, da localidade onde atua, região do Osmar Cabral. A iniciativa tem o respaldo olvido pelo projeto de Fomento de Bancos Comunitários da Região Centro Oeste, ação executada pela Associação Ateliê de Ideias e patrocinada pela Secretaria Nacional da Economia Solidária do Ministério do Trabalho. Já oFavela Digital é oportuniza a formação de crianças, jovens e adolescentes para o mundo digital, desde tecnologias voltadas para hardware, software e infraestrutura de redes, montagem e manutenção de telecentros populares.
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