O sistema de transporte modal voltou a ser discutido na terceira reunião da Comissão Setorial Temática (CST) da Assembléia Legislativa que trata do assunto. A alternativa de trazer a ferrovia até Cuiabá foi um dos temas em debate entre representantes de vários órgãos e setores da indústria e comércio de Mato Grosso.
Ambos foram unânimes de que a extensão da ferrovia para a Capital é uma das saídas do Estado que garantirá desenvolvimento econômico crescente.
De acordo com a comissão, nos próximos dias, o Estado assina com o Governo Federal, convênio para estudos de impacto ambiental nas áreas onde estão sendo discutidas a implantação da ferrovia.
A conclusão da BR-163 e a retomada das hidrovias Araguaia/Tocantins, também foram reforçadas na rodada de sugestões de viabilidade dos modais em Mato Grosso. De acordo com o presidente da CST, José Lacerda, o consenso sobre os modais representa ainda, agilidade na aprovação de projetos no Congresso Nacional que beneficiarão o Estado com investimentos futuros de infra-estrutura.
Ele prevê num prazo de quatro meses a conclusão do relatório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT) sobre as obras da BR-163, que liga Cuiabá a Santarém (PA). A rodovia, junto com a BR-158 são as duas principais rotas viárias que estão integradas nos projetos de transportes modais. “Vamos chegar ao consenso dessas discussões para elaborar um projeto e enviar ao Congresso Nacional relatando sobre as necessidades do Estado. Creio que isso deverá ser revertido em benefícios à sociedade”, disse Lacerda.
Vice-presidente e membro do Conselho de Infra-estrutura da FIEMT, Luiz Garcia, criticou a bancada federal de Mato Grosso e de outros Estados pela fala de “vontade política”. Para Luiz Garcia, os entraves que prejudicam o desenvolvimento de Mato Grosso são de responsabilidade de uma grande parte da classe política. “Alguns deles pensam em projetos pessoais”, disse ao lembrar que a prática está sendo desmistificada com a participação de alguns órgãos como a Assembléia Legislativa, que criou várias Câmaras para discutir com a sociedade, alternativas para o Estado.
“Mato Grosso sempre esteve de fora de Brasília. Para a maioria deles, não interessa olhar para nosso estado que tem menor PIB e densidade eleitoral. Por outro lado, somos o maior produtor de grãos do país e isso tem que ser levado em consideração”, afirmou Luiz.
Para o representante da Conab (DF), Francisco Olavo, que fez palestra sobre a produção agrícola, o Governo Federal não faz questão de observar o potencial de Mato Grosso diante dos demais estados em termos econômicos. Ele também é um defensor da Ferrovia até Cuiabá como um dos transportes que vai acelerar o crescimento econômico do Estado. “Se Lula tivesse uma assessoria competente ele faria a ferrovia cruzar todo o Estado de Mato Grosso”, disse.