O candidato a presidente Cristovam Buarque (PDT) afirmou nesta quarta-feira que foi afastado do Ministério da Educação por ter criado projetos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva julgou capazes de atrapalhar sua reeleição. “Incomodei demais o presidente. Ele mandou dizer para mim que isso (os projetos) iam atrapalhar a reeleição dele, porque os prefeitos não iriam gostar”, disse em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo.
“Faltou habilidade política. Eu não queria ter habilidade política num governo que não dá prioridade à educação. Felizmente, não tive”, acrescentou.
Ao ser indagado sobre o motivo pelo qual não foi reeleito governador do Distrito Federal em 1998, o senador alegou que foi derrotado por Joaquim Roriz (PMDB) porque não mentiu durante a campanha. “Perdi por uma razão muito simples: eu não menti. Do ponto de vista político, errei. Me neguei a dizer que daria um aumento de 28% aos funcionários públicos. O outro candidato prometeu e não cumpriu”, explicou.
Na entrevista, o candidato voltou a reafirmar que pretende criar padrões de salários, conteúdos e edificações para a Educação e formular uma Lei de Responsabilidade Educacional, semelhante à Lei de Responsabilidade Fiscal. Questionado sobre o fraco desempenho nas pesquisas, Cristovam respondeu que “por incrível que pareça, é uma novidade ter um presidente que diga que educação é prioridade”.
“O noticiário só tem corrupção, desperdício. É a educação que pode mudar o país”, concluiu.