quinta-feira, 21/11/2024
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Crise econômica reduz competitividade das empresas brasileiras

A crise econ&ocircmica diminuiu ainda mais a competitividade brasileira. Em 2016, o pa&iacutes retrocedeu em quatro dos nove fatores que determinam a capacidade de as empresas vencerem os concorrentes na disputa por mercados. Na compara&ccedil&atildeo com outros 17 pa&iacuteses, o Brasil perdeu terreno de 2015 para 2016 nos fatores disponibilidade e custo da m&atildeo de obra, ambiente macroecon&ocircmico, competi&ccedil&atildeo e escala do mercado dom&eacutestico e tecnologia e inova&ccedil&atildeo. S&oacute avan&ccedilou no fator educa&ccedil&atildeo. Com esse desempenho, est&aacute em pen&uacuteltimo lugar, &agrave frente apenas da Argentina, no&nbspranking de competitividade 2016. No topo da lista est&aacute o Canad&aacute, seguido por Coreia do Sul e Austr&aacutelia, informa o estudo anual feito pela&nbspConfedera&ccedil&atildeo Nacional da Ind&uacutestria (CNI).&nbsp

O Brasil se mant&eacutem em pen&uacuteltimo lugar desde 2012, quando o ranking geral da competitividade come&ccedilou a ser feito, observa o gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca. &quotO Brasil precisa valorizar a competitividade se quiser sobreviver no mundo globalizado&quot, avalia Fonseca. Para ter melhores condi&ccedil&otildees de competir com os demais pa&iacuteses, acrescenta o economista, o Brasil deve ampliar os investimentos e aumentar a&nbsp efici&ecircncia na aplica&ccedil&atildeo de recursos p&uacuteblicos e privados&nbsp em &aacutereas que aumentem a produtividade, como educa&ccedil&atildeo, inova&ccedil&atildeo e infraestrutura.&nbsp
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O ranking mostra a posi&ccedil&atildeo do Brasil em rela&ccedil&atildeo aos 17 pa&iacuteses de economias similares: &Aacutefrica do Sul, Argentina, Austr&aacutelia, Canad&aacute, Chile, China, Col&ocircmbia, Coreia do Sul, Espanha, &Iacutendia, Indon&eacutesia, M&eacutexico, Peru, Pol&ocircnia, R&uacutessia, Tail&acircndia e Turquia. Os pa&iacuteses s&atildeo avaliados em nove fatores e 20 subfatores que afetam a efici&ecircncia e o desempenho das empresas na conquista de mercados. Os nove fatores que t&ecircm impacto na competitividade considerados pela CNI s&atildeo: disponibilidade e custo de m&atildeo de obra, disponibilidade e custo de capital, infraestrutura e log&iacutestica, peso dos tributos, ambiente macroecon&ocircmico, competi&ccedil&atildeo e escala do mercado dom&eacutestico, ambiente de neg&oacutecios, educa&ccedil&atildeo e tecnologia e inova&ccedil&atildeo.&nbsp

DESALENTO E PRODUTIVIDADE&nbsp- De acordo com o estudo, o Brasil caiu da 5&ordf posi&ccedil&atildeo em 2015 para a 11&ordf coloca&ccedil&atildeo em 2016 no fator disponibilidade e custo da m&atildeo de obra. Isso ocorreu especialmente porque, com o aumento do desemprego, a popula&ccedil&atildeo economicamente ativa diminuiu, pois, desanimadas com a crise, muitas pessoas desistiram de procurar emprego. Al&eacutem disso, o pa&iacutes tem preju&iacutezos com a baixa produtividade no trabalho e o elevado custo da m&atildeo de obra. O pa&iacutes mais competitivo no fator disponibilidade e custo da m&atildeo de obra &eacute a Indon&eacutesia. O pior colocado &eacute a Espanha.&nbsp

No fator ambiente macroecon&ocircmico, o Brasil recuou duas posi&ccedil&otildees. Saiu da 15&ordf coloca&ccedil&atildeo em 2015 para a 17&ordm em 2016. &quotCom infla&ccedil&atildeo, d&iacutevida bruta e carga de juros elevadas e baixa taxa de investimentos, o Brasil est&aacute na pen&uacuteltima posi&ccedil&atildeo entre os 18 pa&iacuteses avaliados, &agrave frente da Argentina&quot, diz o estudo da CNI. Neste fator, o primeiro lugar do ranking &eacute da China, o segundo, da Indon&eacutesia, e o terceiro, da Coreia do Sul. O Chile aparece em quarto lugar e &eacute o pa&iacutes latino-americano que tem o melhor ambiente macroecon&ocircmico.&nbsp

MERCADO DOM&EacuteSTICO&nbsp- O Brasil tamb&eacutem perdeu duas posi&ccedil&otildees no fator competi&ccedil&atildeo e escala do mercado dom&eacutestico. Caiu da 10&ordf posi&ccedil&atildeo em 2015 para a 12&ordm em 2016. O primeiro lugar deste ranking ficou com a China, seguida da Espanha. Conforme o estudo, o recuo do Brasil no fator &eacute resultado do encolhimento do mercado dom&eacutestico, porque,&nbsp com a crise econ&ocircmica, o consumo diminuiu.&nbsp

Al&eacutem disso, o pa&iacutes convive com baixa concorr&ecircncia no mercado dom&eacutestico e imp&otildee elevadas barreiras tarif&aacuterias aos produtos estrangeiros. &quotO Brasil apresentou a segunda maior al&iacutequota alfandeg&aacuteria m&eacutedia aplicada sobre as importa&ccedil&otildees de bens, de 11,5%, atr&aacutes da &Iacutendia, cuja al&iacutequota foi de 13%&quot, informa o estudo. Na Cor&eacuteia do Sul, a al&iacutequota m&eacutedia &eacute de 7,08%. Na Espanha e na Pol&ocircnia, &eacute de apenas 1,04%.&nbsp&nbsp

O ranking mostra ainda que o Brasil caiu da nova posi&ccedil&atildeo em 2015 para a 11&ordf em 2016 no fator tecnologia e inova&ccedil&atildeo. O primeiro lugar ficou com a Coreia do Sul e, o segundo, com a China. O Chile est&aacute na &uacuteltima posi&ccedil&atildeo da lista neste fator. A perda de duas posi&ccedil&otildees do Brasil&nbsp &eacute resultado da redu&ccedil&atildeo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&ampD) e inova&ccedil&atildeo e da capacidade de inovar das empresas brasileiras. &quotO setor privado no Brasil reduziu os gastos em P&ampD de 0,51% em 2013 para 0,42% em 2014 (ano de refer&ecircncia do ranking 2016).&quot, afirma o estudo. No mesmo per&iacuteodo, observa a CNI, Argentina, Chile e Col&ocircmbia tamb&eacutem reduziram os gastos, enquanto que as empresas de&nbsp China, Pol&ocircnia, Coreia do Sul, R&uacutessia, Turquia e Tail&acircndia aumentaram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento.&nbsp

GASTOS COM EDUCA&Ccedil&AtildeO&nbsp- A melhor posi&ccedil&atildeo obtida pelo Brasil em 2016 foi no fator educa&ccedil&atildeo. O pa&iacutes ficou em nono lugar na lista deste quesito. &quotO resultado deve-se, sobretudo, ao bom desempenho do pa&iacutes na vari&aacutevel gastos com educa&ccedil&atildeo&quot, analisa o estudo. &quotNo ranking de 2016, o volume de recursos destinados &agrave educa&ccedil&atildeo no Brasil representou 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, menor apenas que o observado na &Aacutefrica do Sul (7,3%).&quot&nbsp

No entanto, o pa&iacutes ainda est&aacute muito atr&aacutes dos principais competidores no quesito qualidade da educa&ccedil&atildeo. &quotCom rela&ccedil&atildeo &agrave qualidade da educa&ccedil&atildeo b&aacutesica, refletida nas avalia&ccedil&otildees do programa internacional de avalia&ccedil&atildeo dos estudantes, o PISA 2015, o Brasil est&aacute na 12&ordm posi&ccedil&atildeo entre 14 pa&iacuteses&quot, afirma a CNI. Na avalia&ccedil&atildeo de matem&aacutetica, o Brasil est&aacute em &uacuteltimo lugar. Em ci&ecircncias, s&oacute o Peru teve desempenho pior do que o do Brasil e, em leitura, os estudantes brasileiros est&atildeo em 12&ordm lugar, &agrave frente apenas da Indon&eacutesia e do Peru.&nbsp

Confira a posi&ccedil&atildeo do Brasil nos demais fatores da competitividade:


Disponibilidade e custo de capital
O Brasil est&aacute na &uacuteltima posi&ccedil&atildeo do ranking no fator disponibilidade e custo de capital. O Canad&aacute est&aacute em primeiro lugar da lista e, a Austr&aacutelia, em segundo. O desempenho do pa&iacutes &eacute resultado dos&nbsp altos custos e da baixa disponibilidade de recursos.&nbsp &quotO Brasil tem a mais alta taxa de juros real de curto prazo, de 11%, e o maior spread da taxa de juros, de 31,3%. A segunda maior taxa de juros &eacute registrada pela &Iacutendia, de 3,5%, e o segundo maior spread da taxa de juros &eacute registrado pelo Peru, de 13,8%&quot, diz o estudo.

Infraestrutura e log&iacutestica
O Brasil est&aacute na 15&ordm posi&ccedil&atildeo da lista no fator infraestrutura e log&iacutestica. Entre os 18 pa&iacuteses avaliados, est&atildeo atr&aacutes do Brasil neste quesito o Peru, a &Iacutendia e a Col&ocircmbia. O primeiro&nbsp &eacute da Espanha e, o segundo, do Canad&aacute. De acordo com o estudo, o Brasil teve as piores avalia&ccedil&otildees em todos os modais de transporte – rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. O pa&iacutes s&oacute teve um bom resultado no item infraestrutura de telecomunica&ccedil&otildees.&nbsp

Peso dos tributos
O Brasil ocupa a 16&ordm posi&ccedil&atildeo do ranking de competitividade do fator de peso de tributos, &agrave frente apenas da Espanha e da Argentina. A Tail&acircndia est&aacute em primeiro lugar e a Indon&eacutesia em segundo. Na compara&ccedil&atildeo com 2015, o Brasil perdeu terreno para os competidores no quesito receita total de impostos em rela&ccedil&atildeo ao PIB. Embora a receita total de impostos no Brasil tenha se mantido em 21% do PIB, em outros pa&iacuteses como R&uacutessia, M&eacutexico e China o percentual caiu. Na R&uacutessia, por exemplo, recuou de 24% para 18% do PIB. Com isso, o peso dos tributos no Brasil tamb&eacutem ficou maior.

Ambiente de neg&oacutecios
O Brasil est&aacute na pen&uacuteltima posi&ccedil&atildeo no fator ambiente de neg&oacutecios. Na &uacuteltima coloca&ccedil&atildeo est&aacute a Argentina e, na primeira, o Canad&aacute. O ambiente de neg&oacutecios &eacute composto dos subfatores efici&ecircncia do estado e seguran&ccedila jur&iacutedica, burocracia e rela&ccedil&otildees de trabalho.&nbsp

A&Ccedil&OtildeES PELA COMPETITIVIDADE&nbsp- Na avalia&ccedil&atildeo da CNI, o aumento da capacidade do Brasil concorrer com economias similares depende da recupera&ccedil&atildeo da estabilidade econ&ocircmica e das reformas estruturais. O pa&iacutes j&aacute deu o primeiro passo para o ajuste fiscal, com a aprova&ccedil&atildeo do limite ao crescimento dos gastos p&uacuteblicos. Mas, para garantir o equil&iacutebrio das contas p&uacuteblicas no longo prazo,&nbsp a medida deve ser complementada com a reforma da Previd&ecircncia e o ajuste fiscal dos estados e munic&iacutepios.&nbsp

Al&eacutem disso, a ind&uacutestria defende a moderniza&ccedil&atildeo da legisla&ccedil&atildeo trabalhista, com a valoriza&ccedil&atildeo das negocia&ccedil&otildees coletivas e a regulamenta&ccedil&atildeo da terceiriza&ccedil&atildeo. A competitividade depende ainda do aumento dos investimentos privados em infraestrutura e de a&ccedil&otildees que melhorem o ambiente de neg&oacutecios, como a redu&ccedil&atildeo da burocracia e a simplifica&ccedil&atildeo do sistema tribut&aacuterio.&nbsp

SAIBA MAIS&nbsp- Fa&ccedila o download da pesquisa aqui no&nbspPortal da Ind&uacutestria.

Por Verene Wolke

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Parmenas Alt
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