Uma nova crise aérea ameaça o feriadão de fevereiro (dos dias 17 a 21). O alerta é do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo. De acordo com o presidente da entidade, Jorge Botelho, novos atrasos e congestionamentos dos aeroportos podem atrapalhar as pessoas que pretendem viajar durante essa folga.
Segundo o sindicalista, faltam equipamentos; os que estão operando são ineficientes; e os centros de controle do espaço aéreo ainda operam com menos funcionários do que o necessário. Botelho argumenta que as medidas tomadas para reforçar a equipe de controladores de Brasília são paliativas. Não acabarão definitivamente com a crise iniciada no ano passado, após o desastre com um Boeing da Gol que matou 154 pessoas.
“As coisas não estão nada tranqüilas. Se houver um aumento do tráfego no feriado, é claro que teremos problemas”, ressaltou Botelho.
A Aeronáutica, responsável pelo controle do tráfego aéreo do País, discorda dessa previsão. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Força Aérea Brasileira (FAB) argumentou que trabalha com o número de operadores adequado à demanda.
O presidente da Associação dos Controladores de Vôo do Rio de Janeiro, Jorge Nunes, também crê que o atual número de profissionais é suficiente. Ele pondera, entretanto, que eventuais falhas nos equipamentos e problemas no sistema de reserva de passagens das empresas podem causar novos atrasos de vôos.
Representantes das companhias aéreas, entretanto – sob a condição do anonimato – disseram que os problemas ocorridos durante o Natal não devem se repetir. As empresas negam praticar overbooking (venda do número de passagens maior do que a capacidade de transporte) e dizem que os passageiros tiveram dificuldades para embarcar porque a TAM foi obrigada a fazer, de forma inesperada, a manutenção de seis aviões.
E além de uma crise durante o feriado, o setor pode enfrentar uma nova operação padrão dos controladores ainda neste semestre. Jorge Nunes revelou que a categoria pode voltar a se mobilizar, caso suas demandas não sejam atendidas pelo Governo.
Os controladores querem um plano de carreira, além de um aumento salarial. Os vencimentos dos controladores civis que acabaram de ser contratados são de R$ 3.150. Já os salários dos militares variam entre R$ 2.400 e R$ 3.785.
FU
