Ao mesmo tempo, os números correspondem a uma tragédia. Eles são imaginários. Na prática, os militares raramente combatem o avanço da criminalidade brasileira pelos países vizinhos e o contingente de policiais federais só existe quando há operações especiais. Nas duas últimas semanas, seis jornalistas do jornal O Estado de S. Paulovisitaram três regiões do País, a Norte, a Centro-Oeste e a Sul. O objetivo era mapear o que tem sido feito para proteger os 16,8 mil quilômetros de limites territoriais brasileiros. Muito, caso se pense numa invasão vinda dos países vizinhos. “Estamos preparados para a guerra”, relata o general José Alberto Leal, comandante da 2ª Brigada da Cavalaria Mecanizada de Uruguaiana (RS).
Mas, se for considerado o combate ao tráfico de drogas e armas, a resposta é o contrário. PCC e CV, as siglas de duas facções criminosas que aterrorizam São Paulo e Rio, já atuam em países sul-americanos. Operam com desenvoltura, ousadia e afronta às autoridades. Não só porque sabem da falta de policiamento, mas também porque conhecem as brechas jurídicas e diplomáticas que dificultam o combate ao crime organizado transnacional. Faltam união de esforços e inteligência.
A exceção é a atuação do Exército e da PF na fronteira norte. Em São Gabriel da Cachoeira, radares e computadores são capazes de detectar 60 vôos suspeitos por mês. A maioria dos casos é resolvida em contatos por rádio com os infratores. Caso contrário, as aeronaves, muitas carregadas com drogas e armas, são abatidas. Para os militares, a Amazônia é questão de soberania nacional.
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