quinta-feira, 07/11/2024
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Cresce pressão muçulmana por novo pedido de desculpas do papa

Até o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se envolveu no assunto, afirmando na segunda-feira que o papa tinha sido “sincero” ao dizer aos muçulmanos que lamentava que suas palavras tivessem sido mal-interpretadas.

Mas, para muitos muçulmanos, a tentativa do papa de se explicar, feita no domingo, não foi o bastante, e havia grande expectativa para saber se o pontífice falaria de novo no assunto durante a audiência geral de quarta-feira no Vaticano.

Bento 16 enfureceu os muçulmanos com uma palestra na semana passada, na Alemanha, em que citou o imperador bizantino do século 14 Manuel 2o. Paleólogo, que afirmava que o profeta Maomé só trouxe o mal, como “sua ordem para disseminar pela espada a fé que pregava”.

O líder dos 1,1 bilhão de católicos do mundo disse no domingo que “lamentava profundamente” a reação que a citação causou — mas não chegou a fazer um pedido de desculpas oficial pelas palavras nem a retirá-las.

Depois que um grupo liderado pela Al Qaeda no Iraque jurou guerra contra os “adoradores da cruz”, na segunda-feira, a imprensa italiana disse na terça-feira que um braço da Al Qaeda no Egito havia pedido que o papa fosse punido pela lei islâmica por insultar a religião.

Integrantes da Diretoria Geral para Questões Religiosas da Turquia, ou Diyanet, pediram que o papa seja preso quando for ao país, em novembro. “Peça desculpas ou não venha”, diziam os cartazes que eles seguravam.

As declarações do papa desagradaram ao governo turco, mas não há perspectivas de cancelar a visita.

No Iraque, o presidente do Parlamento, Mahmoud al-Mashhadani, disse que o pedido de desculpas de domingo foi “inadequado e desproporcional ao dano moral causado aos sentimentos dos muçulmanos”.

O grande múfti dos territórios palestinos, xeque Mohammad Hussein, disse que o papa precisa fazer “um pedido de desculpas pessoal e claro aos 1,5 bilhão de muçulmanos deste mundo pelo insulto causado por sua palestra”. Ele pediu, porém, o fim dos ataques contra igrejas da região, para mostrar que o “Islã é uma religião de amor, justiça e tolerância”.

Na Itália, políticos e religiosos defenderam o papa e disseram que suas palavras foram tiradas do contexto. O jornal do Vaticano, o L”Osservatore Romano, publicou o conteúdo do discurso em árabe em sua primeira página para tentar esclarecer seu significado.

“Rezamos pelo papa, cujas palavras foram interpretadas de forma maliciosa”, disse o cardeal Crescenzio Sepe em Nápoles, durante o “milagre” anual de São Genaro, cujo sangue se liquidifica no que é visto como um bom presságio.

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Parmenas Alt
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